A Câmara Municipal de Loures garante que todas as famílias que ocupavam construções ilegais no bairro do Talude foram contactadas pela autarquia e tiveram acesso a soluções de habitação, mas que a maioria recusou a ajuda. O município refere um crescimento acelerado e descontrolado de barracas nos últimos meses.
Vários moradores continuam a dormir em tendas após as demolições. Sem solução, muitas famílias permanecem no bairro, a dormir em tendas e em espaços improvisados.
Durante o dia de quinta-feira, várias equipas dos serviços sociais da Câmara estiveram no local e vão continuar presentes, pelo menos até ao final da semana, para disponibilizar apoio aos moradores e apresentar alternativas.
A autarquia garante que todas as famílias que habitavam nas construções entretanto demolidas foram contactadas, acompanhadas e tiveram acesso a soluções concretas.
Depois de várias críticas às demolições, e de a Amnistia Internacional ter pedido esclarecimentos ao município, a Câmara respondeu, em comunicado, que, das 55 famílias identificadas, 25 não recorreram aos serviços sociais.
Maioria não aceitou as soluções apresentadas
Das 30 que o fizeram, grande parte não aceitou as soluções apresentadas. Apenas oito famílias estão atualmente a receber apoio municipal.
Esta é uma posição já anteriormente defendida pelo presidente da Câmara, Ricardo Leão, que reafirma que as demolições, apesar de suspensas, irão continuar.
No comunicado, a autarquia acrescenta que, nos últimos meses, houve um aumento acelerado e descontrolado da construção de barracas no Talude Militar, tendo sido erguidas mais de 150 só no mês de julho.
A situação, insiste a autarquia, atenta contra a dignidade humana e representa um grave risco para a segurança e saúde públicas.
A Câmara Municipal de Loures já solicitou, com carácter de urgência, uma reunião com o primeiro-ministro para encontrar soluções para os desafios que as autarquias enfrentam no domínio da habitação e da ocupação ilegal do território.