José Luís Carneiro desafiou o primeiro-ministro a negociar uma proposta de "Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa" com um prazo definido de três meses.
Aos jornalistas disse estar a “convocar o Governo” porque o Partido Socialista está disponível para “trabalhar num plano que tem de contribuir para o desenvolvimento da economia, das infraestruturas do país, para a criação de emprego qualificado e para o desenvolvimento do nosso sistema científico nacional”.
De acordo com a carta a que a SIC Notícias teve acesso, enviada na sexta-feira a Luís Montenegro, o socialista pede uma audiência formal para dar início a esse entendimento e crítica o anúncio surpresa de Portugal na Cimeira da NATO sobre o aumento do investimento em Defesa para 2% do PIB este ano e 5% até 2035.
Questionado sobre a aproximação do Governo à direita, José Luís Carneiro diz acreditar que o executivo de Luís Montenegro vai perceber que tem de dialogar com o Partido Socialista nesta e noutras matérias.
“Estou convencido de que o Governo vai ser levado à conclusão que tem mesmo de dialogar com o Partido Socialista e julgo também muitas outras estruturas da nossa sociedade, da economia, das empresas, das instituições vão fazer ver ao Governo que tem de dialogar com o Partido socialista”, disse o secretário-geral do PS.
Na carta, o secretário-geral do PS escreve que tal consenso "deverá assentar em princípios estruturantes, orientações estratégicas partilhadas e num conjunto de medidas concretas", que envolvam os setores da indústria, da ciência, da inovação, da educação e da administração pública.
José Luís Carneiro, propõe a constituição de um grupo de trabalho parlamentar conjunto PSD/PS que, em articulação com o Governo e com representantes "dos setores com relevância para a matéria em apreço", possa apresentar, no prazo de três meses, uma proposta de Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa.
Esta proposta será depois submetida à apreciação da Assembleia da República, segundo José Luis Carneiro.