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Doente esperou mais de cinco horas a ser transferido do Hospital da Covilhã para Coimbra

No sábado, um doente demorou mais de cinco horas para ser atendido desde que foi tomada a decisão de transferência do hospital da Covilhã para o hospital de Coimbra. Atualmente, só existe um helicóptero em todo o país disponível para socorro. Se o serviço do INEM estivesse operacional, a transferência demoraria nunca mais de uma hora e meia.

Frederico Correia

Frederico Pinto

Sofia Cordeiro Coelho

O acidente de trotinete na vila de Paul na Covilhã aconteceu ainda durante a tarde. Os bombeiros chamados chegaram em poucos minutos. Aqui começou mais um caso que demonstra a fragilidade do atual socorro aéreo durante a noite.

O doente de 49 anos com um traumatismo craniano tem, por avaliação clínica, de ser transferido para o serviço de neurocirurgia do hospital de Coimbra. Os hospitais começam os contactos pelas 20:00. Os bombeiros são chamados praticamente duas horas depois para ajudar na transferência.

"O helicóptero pesado da Força Aérea não pode aterrar no heliporto do hospital, por isso, solicitaram que fossemos transportar o doente para o aeródromo de Castelo Branco. Foi acionada uma ambulância de emergência com uma equipa médica do hospital que fez o transporte da vítima para o aeródromo de Castelo Brac onde já estava helicóptero da Força Aérea para transferir o doente para Coimbra”, explica Luís Marques, comandante dos Bombeiros da Covilhã.

O helicóptero da Força Aérea é um EH101 Merlin. Saiu da base militar do Montijo, foi a Castelo Branco com uma equipa médica própria. Depois da troca de informações entre as equipas médicas da Covilhã e da Força Aérea, o doente levanta voo até Cernache do Bonjardim, em Coimbra.

Aqui novamente há a passagem de dados entre as equipas médicas da Força Aérea e uma viatura médica do INEM que saiu do hospital dos Covões para fazer o transporte por terra para o hospital de Coimbra porque os médicos da Força Aérea dão por terminada a missão à saída do helicóptero.

Desde a decisão de transferir o doente da Covilhã até à entrada na urgência de Coimbra passaram cerca de cinco horas. O doente conhece no mesmo socorro seis equipas médicas diferentes com todos os riscos associados à passagem de informação.

Se o serviço de helicópteros de emergência médica estivesse operacional como exige o contrato assinado entre a Gulf Med e o estado português desde 1 de julho tudo seria diferente. O helicóptero do INEM a ativar seria o de Viseu. Faria o transporte diretamente para Coimbra a partir do hospital da Covilhã ou até mesmo do local do acidente já que sendo ligeiro aterra com maior facilidade. 

Tudo em praticamente 1h30. O doente, no máximo, ia conhecer três equipas médicas. O doente de 49 anos foi admitido nos cuidados intensivos do hospital de Coimbra pelas 8:00 da manhã onde permanece internado em estado grave.

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