Começam a ser interrogados, esta quarta-feira, os seis membros da extrema-direita detidos pela Polícia Judiciária (PJ). Estão indiciados por terrorismo, incluindo um plano para invadir o Parlamento. Entre eles há um agente da polícia.
Os seis elementos do grupo de direita radical Movimento Armilar Lusitano foram presentes a juiz para primeiro interrogatório, esta manhã, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Entre os detidos está um chefe da PSP, que se encontrava ao serviço da Polícia Municipal de Lisboa - que já abriu um processo disciplinar.
O Movimento Armilar Lusitano pretendia constituir-se como um movimento político apoiado numa milícia armada. O grupo em causa tem quase mil seguidores na rede social Telegram.
Envolvimento de Manuel Matias?
O Correio da Manhã revela que Manuel Matias, ex-assessor do Chega e pai da deputada Rita Matias, era um dos integrantes deste grupo neonazi no Facebook. Mas Manuel Matias nega qualquer ligação.
O grupo estava a ser vigiado online pela Polícia Judiciária desde 2021. Os alarmes soaram quando os investigadores perceberam que este grupo radicalizado ponderava invadir o Parlamento.
Na Operação “Desarme 3D”, a Polícia Judiciária fez buscas em 15 locais e apreendeu material explosivo e militar, armas brancas e de fogo, algumas produzidas através de impressoras 3D, que não são identificadas pelos detetores de metais. Algo nunca visto em Portugal.
Todos os membros do grupo estão a ser investigados e a PJ não descarta apossibilidade de haver mais elementos de forças de segurança e militares envolvidos.
A Unidade Nacional Contraterrorismo, que conduziu esta investigação, alerta para o aumento do recrutamento de jovens através da internet.