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“Cada coisa a seu tempo”: Carneiro recusa apoiar já um candidato à Presidência da República

O candidato único à liderança do PS quer que o foco do partido esteja, nesta altura, nas autárquicas. Apesar da proximidade, em tempos, com António José Seguro, José Luís Carneiro não avança com a intenção de apoiar a entrada do socialista na corrida a Belém.

Hugo Maduro

Carlos Rosa

Eduardo Horta

José Luís Carneiro não quer apoiar nenhum candidato presidencial, pelo menos para já. No discurso de apresentação da candidatura à liderança do PS, o socialista defendeu que a prioridade são as autárquicas e deixou vários recados internos.  

Com dois ex-candidatos à Presidente da República na primeira fila e o apoio de Fernanda Tadeu, mulher de António Costa, o ex-ministro começou por dar um recado aos que não avançaram com candidaturas à liderança do partido. 

“Desengane-se quem confunde reflexão com tentações de ajustes de contas internos”, declarou. “Apelo aos socialistas para que se unam na sua diversidade. 

Mariana Vieira da Silva e Fernando Medina não estavam no jardim do Largo do Rato, onde o único candidato a secretário-geral do PS mostrou que não quer sombras no caminho. 

“Não nos perdoarão se ficarmos agora a olharmos para nós próprios ou nos entretivermos a golpearmos reciprocamente a nossa credibilidade e as nossas qualidades”, defendeu. 

Presidenciais? "Lá chegaremos"

Pedro Nuno Santos queria que o PS apoiasse um candidato a Belém, mas o partido continua sem desatar esse nó. 

António José Seguro já anunciou a candidatura à Presidência da República, sem ter ainda ouvido uma palavra de apoio do PS. José Luís Carneiro era um homem próximo de Seguro, mas agora pergunta qual é a pressa. 

“Há quem esteja centrado nas eleições presidenciais, lá chegaremos. Quero que fique muito claro: é o PS que define a sua agenda e a hierarquia das suas prioridades. Cada coisa a seu tempo”, defendeu.  

É o aviso de quem sabe que o PS tem um histórico de diversidade nas corridas a Belém, e de quem tem outra preocupação: o crescimento do Chega. 

“A nossa prioridade imediata são as eleições autárquicas”, frisou José Luís Carneiro. Nelas defenderemos as marcas das autarquias socialistas, que acreditamos que são um poderoso antídoto contra a progressão populista e radical.” 

Carneiro quer o PS de novo como maior partido e promete mais transparência e combate à corrupção, oposição aos retrocessos e consensos democráticos. Fica a promessa para um difícil equilíbrio entre o “viabilizo” e o também sou oposição.

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