Mantém-se a polémica em torno da decisão da TAP de impedir o embarque de um cão de assistência que acompanha uma criança autista. À SIC, a irmã da menina diz que o cão já viajou na cabine de um avião e que está treinado para isso. E revela que o governo português tinha conhecimento da viagem.
Tedy, o cão de acompanhamento de Alice, uma criança autista, foi impedido de embarcar, por duas vezes, no último fim de semana, em voos da TAP a partir do Rio de Janeiro. A companhia aérea portuguesa recusou-se a cumprir uma decisão judicial que autorizava o transporte do animal.
A TAP alega que a decisão judicial viola o manual de operações de voo e que, por questões de segurança, o cão não pode viajar na cabine. Uma vez que a criança que necessita do cão já se encontra em Portugal, o animal poderia apenas ser transportado no porão, hipótese rejeitada pela família.
Em declarações à SIC Notícias, Hayanne Porto Grangeiro, irmã da criança, sublinha que a viagem fora autorizada.
“Os mesmos documentos que a gente submeteu ao formulário da TAP, que é a exigência da companhia aérea, a gente também submeteu ao governo português, avisando a chegada do Tedy e foi tudo autorizado”, nota.
Esta não seria, de resto, a primeira vez que o cão viajaria na cabine de voo.
“Ele já viajou de avião na cabine acompanhando a Alice, como é previsto por lei”, frisa. “Ele foi treinado para ficar ali aos pés dela, no assento, e de forma alguma circular dentro da aeronave ou interagir com outros passageiros.”
A jovem explica que a irmã autista tem crises e que o cão Tedy foi treinado para conseguir detetar e avisar em caso de “crise eminente”.
“Esse tipo de crise que normalmente ela tem, que são crises bem severas, tem acontecido com mais frequência nesse último mês”, período em que tem estado afastada do cão, sublinha Hayanne Porto Grangeiro.