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No ano passado foram feitas quase 60 mil denúncias relacionadas com menores em situação de perigo

As Comissões de Proteção das Crianças e Jovens receberam no ano passado quase 60 mil denúncias relacionadas com menores em situação de perigo. A maior parte dos casos são de negligência e violência doméstica e acontecem naquele que deveria o meio de segurança das crianças… a família.

Tiago Monteiro

Tomás Pires

Os números mostram uma realidade preocupante, mas também uma sociedade mais atenta. Só em 2024, foram feitas quase 60 mil comunicações de situações de perigo. A maioria chegou pelas forças de segurança. Logo a seguir, pelos estabelecimentos de ensino.

As grandes cidades e os grandes centros urbanos como os maiores locais onde temos maior preponderância de pedidos de ajuda, nomeadamente nas zonas de Lisboa, Porto, Braga e Faro (...) associados à maior consciencialização”, explica Clara Ferreira da Associação de Apoio à Vítima.

No ano passado, as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens abriram 89 mil processos. São mais 4.800 do que no ano anterior. A negligência lidera os motivos de alerta, mais de 19 mil casos. Depois, a violência doméstica com mais de 17 mil situações reportadas.

“Podemos estar a falar da negligência por duas formas. Ao nível da ação e da omissão. A negligência pode ser ao nível da falta de afeição, falta de cuidados, falta de carinho, falta de acompanhamento da criança, falta de um efetivo e real exercício das responsabilidades parentais”, diz Maria João Fernandes da Comissão Nacional de Promoção de Direitos e Proteção de crianças e jovens 

O abuso sexual também é outra preocupação. A maioria dos casos envolve crianças entre os 11 e os 14 anos. Foram 520 situações. As raparigas são mais vezes vítimas do que os rapazes.

Também foram registados casos de exploração do trabalho infantil. Foram 79 no total, o que representa um aumento de 39% em relação a 2023. A maioria nas idades entre os 11 e os 14 anos e neste caso, os rapazes foram mais sinalizados do que as raparigas.

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