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Descobertas de Rui Pinto estão na origem do processo contra o empresário Jorge Mendes

O agente de futebol Jorge Mendes é a segunda vítima do pirata informático Rui Pinto, através dos dados revelados pelo Football Leaks em 2018. Jorge Mendes e a mulher são acusados pelo Ministério Público de fraude fiscal, uma acusação que a defesa considera injusta.

Ricardo Piano

Carolina Piedade

O primeiro alvo a ser revelado pelo Football Leaks foi o empresário Mário Ferreira. Os dados divulgados em 2018 pelo pirata informático Rui Pinto levaram o Ministério Público até Jorge Mendes.

É acusado do crime de fraude fiscal qualificada. A acusação não está relacionada com a transferência de jogadores nem com a atividade de intermediação. Está em causa uma suposta doação fictícia.

Jorge Mendes doou à mulher 50% do capital de uma empresa e mais tarde comprou-a através de outra firma. Com esta operação o Ministério Público diz que o estado foi prejudicado em cerca de 18 milhões de euros, valor que Jorge Mendes devia ter pagado em impostos.

A defesa de Jorge Mendes assegura que foi mesmo uma doação.

“Isto foi uma decisão familiar do pai, do marido, do chefe de família. Alguém que é casado em segundas núpcias com uma senhora em separação de bens e quando teve a infelicidade de perder o seu irmão mais velho começasse a pensar: e se me acontece alguma coisa. E desse ponto de vista, de alguém que quer deixar todos os seus, sejam os filhos do primeiro casamento, seja os do segundo casamento, a esposa que o ajudou a construir o que tem, ele quer deixar toda a gente tranquila”, diz Luís Miguel Henrique, porta-voz de Jorge Mendes e Sandra Mendes

Na rede social X, Rui Pinto recordou que em 2018 o Football Leaks revelou em primeira mão vários dados acerca das estruturas e circuitos financeiros ligados a Jorge Mendes. Escreveu ainda que depois da investigação finalmente foi deduzida uma acusação.

Jorge Mendes considera a acusação infundada e injusta.

“Não há um SMS, não há um email, não há uma mensagem, não há uma confissão… não há nada, rigorosamente nada a não ser uma conjuntura intelectual, uma tese que é montada com base numa irracionalidade de um conjunto de decisões. Provas: zero”, diz Luís Miguel Henrique

Mesmo assim Jorge Mendes garante estar disposto a pagar a dívida de 18 milhões de euros e depois disso defender a inocência.

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