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25 de Abril: amigos de Salgueiro Maia lembram a coragem do "pequeno Fernando" desde a infância

No 25 de Abril, o Capitão Salgueiro Maia comandou a coluna militar que saiu de Santarém com 240 homens para terminar com o regime do Estado Novo. Em Castelo de Vide, os amigos lembram o pequeno Fernando que já mostrava sinais que teria pela frente uma carreira militar.

José Lameiras

José Louro

Em mais uma visita ao Museu de Salgueiro Maia, em Castelo de Vide, João Margarido da Silva recorda as brincadeiras do amigo que, apesar do amor a um clube, não passavam por correr atrás de uma bola.

“Era um jardim grande em Castelo de Vide. Guardas e ladrões, era assim a vida dele. No futebol eram todos benfiquistas, mas não me lembro de o ver jogar”, recorda.

A rua é estreita e não combina com o tamanho da história. Foi numa casa no centro da vila que nasceu, por acaso, um dos homens da Revolução.

“Ele nasceu circunstancialmente nesta casa porque a casa não era dele. O pai estava num centro ferroviário, numa estação isolada, e trouxe a mulher para casa de uma familiar porque havia mais segurança para ter o filho”, lembra Carolino Tapadejo, amigo de Salgueiro Maia.

O começo de vida de Salgueiro Maia esteve muito longe de ser fácil. Apenas com três anos, perdeu a mãe de forma trágica. Foi depois para Coruche, Tomar e Pombal. Casou com Natércia, a quem sempre lembrou os tempos no Alentejo.

Morreu com apenas 47 anos, vítima de cancro. O Capitão de Abril deixou em testamento todo o seu espólio a Castelo de Vide e pediu para aqui ser enterrado de forma simples.

Salgueiro Maia está também imortalizado no centro da vila, com uma estátua e o veiculo onde fez aquela que terá sido, simultaneamente, a viagem mais difícil e importante da sua vida.

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