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ULS diz que grávida de 34 semanas recusou transferência para hospital com cuidados intensivos neonatais

Uma grávida de 34 semanas foi observada no Hospital do Barreiro, apresentando risco elevado de parto pré-termo. A unidade de saúde tentou transferi-la para um hospital com cuidados intensivos neonatais, mas a grávida recusou, alegando problemas familiares.

Felipe Dana/AP

A Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR) confirmou, esta quinta-feira, que uma grávida de 34 semanas foi observada na quarta-feira no Hospital do Barreiro, tendo recusado ser transferida para um hospital com cuidados intensivos neonatais.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o conselho de administração da ULSAR adiantou que a grávida de gémeos foi observada na quarta-feira numa consulta de alto risco obstétrico no Hospital do Barreiro.

Na sequência desta avaliação clínica e ecográfica, a grávida apresentava risco elevado de parto pré-termo, avançou ainda a unidade local de saúde, assegurando que "foram iniciados contactos telefónicos para a transferência para um hospital com unidade de cuidados Intensivos neonatais, considerando a grande prematuridade".

"A grávida recusou a transferência, alegando a necessidade de resolver problemas familiares no domicílio", tendo sido informada dos riscos e assinado a "alta à sua responsabilidade e contra parecer médico", adiantou a ULSAR.

Perante isso, e de acordo com a ULS, os profissionais de saúde aconselharam a grávida a contactar a linha SNS 24 logo que possível, "referindo o risco de grande prematuridade e a necessidade de ser encaminhada para uma unidade hospitalar com cuidados neonatais diferenciados".

Grávida permaneceu "quase três horas" numa ambulância

A propósito deste caso, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) manifestou, em comunicado, "sérias preocupações" sobre a articulação entre os hospitais do Serviço Nacional de Saúde e o INEM no acompanhamento dos casos urgentes de grávidas.

Segundo a associação, após ser atendida no Hospital do Barreiro, a mulher, residente na Moita, teve de permanecer numa ambulância "quase três horas" antes de ser reencaminhada para a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.

De acordo com a ANTEM, na quarta-feira a ambulância chegou ao local pelas 11:40 e após avaliação clínica a equipa transmitiu os dados da situação ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

"A grávida permaneceu na ambulância, enquanto o CODU tentava perceber para onde poderia transportar esta senhora parturiente e os bombeiros ficaram à espera de uma decisão até às 14:20", adiantou ainda a associação.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que não confirmou o tempo de espera de cerca de três horas, adiantou à agência Lusa que "o pedido foi recebido no CODU através do SNS24", tendo sido acionados os Bombeiros Voluntários de Alcochete.

"Após avaliação da grávida, verificou-se que não estavam reunidas as condições clínicas necessárias ao transporte para Coimbra, onde existia vaga de neonatologia", referiu ainda o INEM, ao avançar que, posteriormente, foi "coordenado com a Direção Executiva do SNS o transporte da grávida para a Maternidade Alfredo da Costa".
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