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Drone com telemóveis, mortalhas e tabaco intercetado (por sorte) na prisão de Caxias

O incidente, que ocorreu esta madrugada de quarta-feira, serve para o Sindicato dos Guardas Prisionais reiterar a urgência em adotar nas cadeias bloqueadores de frequência semelhantes aos usados nos aeroportos. Só assim será possível "bloquear este flagelo que são os drones e os telemóveis dentro das cadeias".

João Maldonado

Carolina Piedade

Rui Violante

Eram 2h00 desta quarta-feira no Estabelecimento Prisional de Caxias, em Oeiras. Os guardas que controlam o sistema de videovigilância deram, por acaso, conta da presença de um drone e conseguiram intercetá-lo a tiro.

“As torres estão desativadas por falta de guardas, que é outro dos problemas graves do sistema prisional, depois temos as câmaras de videovigilância a controlar uma periferia inteira de uma cadeira. Ora, se o guarda está atento à câmara de um lado, não vê a do outro. Esta madrugada, felizmente, o nosso colega conseguiu detetá-lo”, explica Frederido Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional.

Com uma caçadeira, o drone foi atingido, mas não caiu dentro da cadeia. Ao contrário do saco que transportava, pendurado num fio de 20 metros e que foi encontrado junto a uma cela com dois telemóveis, dois cartões SIM, um carregador, mortalhas e um maço de tabaco com a estranha quantidade: três cigarros.

“Se tivessemos os bloqueadores de frequência à semelhança do que existe nos aeroportos, o drone caia e já não interferia com a segurança da cadeira. Já pedimos várias vezes o bloqueador de frequência de drones juntamente com o bloqueador de frequência de telemóveis que era muito importante porque hoje detetámos mas nunca conseguimos detetar o que trazem os drones para os estabelecimentos prisionais”, insiste Frederico Morais.

Neste sentido, acrescenta em declarações à SIC, “temos estado a pedir ao Governo que acelere o máximo possível porque estes concursos [para a aquisição dos bloqueadoers] já estavam em vigor e não têm que parar porque a segurança das cadeias tem de ser, de uma vez por todas, assumida e controlada. Temos que conseguir bloquear este flagelo que são os drones e os telemóveis dentro das cadeias”.

Os guardas prisionais fizeram buscas na cela junto à qual o saco caiu e lá dentro, da cela, encontraram mais seis telemóveis.

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