Há cada vez mais bairros de barracas na Área Metropolitana de Lisboa. No Monte da Caparica, em Almada, cerca de 200 pessoas vivem em 'casas' ilegais num terreno privado, no bairro do Repouso. À SIC Notícias, uma moradora conta que vivem ali porque não têm alternativa.
O número de habitações ilegais com poucas ou nenhumas condições tem vindo a crescer. Muitas são 'casas' sem água canalizada nem eletricidade, onde vivem famílias (incluindo crianças) que não conseguem pagar a renda de um apartamento.
À semelhança do bairro da Penajóia, no mesmo concelho, este terreno é do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). Existem muitas barracas, muitas construídas pelos próprios moradores.
Vivem cerca de 200 pessoas no bairro do Repouso, no Monte da Caparica.
Ivan Coimbra, do movimento "Vida Justa", destaca que viver nestas condições prejudica a saúde mental, mas também a física e a aprendizagem e socialização das crianças na escola. Sinaliza ainda que as pessoas vivem em barracas porque são "obrigadas".
A ideia é reforçada por Andreia Tavares, uma das moradoras:
"Estamos aqui porque não temos condições de pagar uma renda, sendo que um salário mínimo é inferior ao valor de uma renda."
Por se tratarem de habitações ilegais construídas num terreno que é privado, algumas barracas começaram a ser destruídas. Porém, a moradora entrevistada pela SIC Notícias não concorda com a ação, considerando que é uma "maldade".
"Ajoelhámo-nos para não mandarem a casa abaixo e mandaram na mesma", conta.
A situação é idêntica noutros locais da Área Metropolitana de Lisboa. É o caso de Santa Iria da Azóia, em Loures, e do bairro da Penajóia, em Almada.
Ainda em Almada, o bairro do Terras da Costa recebe há 40 anos quem não tem casa. Vivem lá mais de 100 famílias em condições precárias. O bairro já teve diferentes planos de realojamento e iniciativas de ONGs.
Há quatro meses, a SIC revelou também o caso de 11 imigrantes que viviam numa 'barraca' no Montijo, também na Área Metropolitana de Lisboa, sem condições mínimas. O terreno tinha sido ocupado ilegalmente por um português, que alugou o espaço a uma agência que contrata imigrantes para trabalharem na agricultura.