O Chega protagonizou mais um episódio polémico no Parlamento. Na passada quinta-feira, a deputada Diva Ribeiro disse que a socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, "só consegue intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência". Mas esta não foi a única ofensa que a deputada do PS teve de ouvir.
Durante a Edição da Noite, na SIC Notícias, Ana Sofia Antunes denuncia os insultos proferidos pela bancada do Chega “em off” na Assembleia da República.
“Aberração, devias estar numa esquina, drogada”, exemplifica a deputada, afirmando que “não foi a primeira vez” que ouviu ofensas deste género. "Toda a gente que está diariamente no Parlamento sabe que não foi a primeira vez.”
“Os mestres da ofensa e do insulto”
Ana Sofia Antunes reforça que as ofensas são “recorrentes” e dá exemplos concretos de deputados que costumam ter essa conduta.
“Há aqueles que são permanentes naquele bancada e que são os mestres da ofensa e do insulto. Posso citar vários nomes, como Filipe Melo, Pedro Frazão e Rita Matias.”
Questionada sobre a ideia do PS de alterar o código de conduta dos deputados, para incluir novas sanções a quem viole as normas, Ana Sofia Antunes considera que “não é difícil regular” e há "exemplos que mostram que é possível”.
Uma forma seria, após advertências sucessivas, “impedir uma pessoa de intervir até ao final de um determinado plenário ou durante vários plenários”.
“Aguiar-Branco deveria fazer mais”
A deputada socialista diz, por um lado, que o Presidente da Assembleia da República “faz o que pode” para travar os insultos no Parlamento, mas, por outro, “deveria fazer mais”.
“Este silêncio reiterado está a fazer com que as coisas estejam a atingir um linear inaceitável.”
Ana Sofia Antunes reforça que as palavras de Diva Ribeiro e de outros membros do Chega não foram apenas contra ela.
“É contra um conjunto de pessoas. Aquilo que se passou foi uma falta de respeito por todas as pessoas que têm algum tipo de deficiência.”