No Parlamento, o assunto ainda não está fechado. Carlos Eduardo Reis estava em Paris quando saiu a acusação e ficou prometida uma conversa para quando chegasse a Portugal em que o líder parlamentar lhe dirá que não tem condições para continuar como deputado.
Em ano de autárquicas, o PSD quer cortar o mal pela raiz. O semanário Expresso avança que Luís Montenegro vai excluir os acusados das listas às Câmaras. O problema é que a Direção Nacional não vai intervir nas escolhas para as Juntas de Freguesia, onde os lideres das distritais e concelhias têm responsabilidades. Há dois acusados nessa circunstância:
Ângelo Pereira demitiu-se de Vereador da Câmara liderada por Carlos Moedas, mas mantém-se líder da distrital de Lisboa e terá uma palavra nas escolhas para a autarquia.
Luís Newton saiu do Parlamento, mas continua à frente da concelhia de Lisboa responsável por indicar candidatos as freguesias. Atualmente é presidente da Junta de Freguesia da Estrela e não pode voltar a concorrer neste local, mas no limite e se lhe apetecer Luís Newton, acusado por corrupção passiva e prevaricação, pode indicar-se a si próprio como candidato noutra freguesia.
No Partido Socialista (PS) há exatamente o mesmo problema. Davide Amado é presidente em Alcântara e líder da concelhia em Lisboa que também vai escolher candidatos às juntas. Está à espera de julgamento acusado por participação económica em negócio e abuso de poder. Há ainda três autarcas socialistas a contas com a Justiça, em Marvila, Olivais e Penha de França.
Desde 2017 mais de 200 políticos foram investigados por corrupção - a maioria são autarcas.