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Miguel Arruda usaria correios do Parlamento para enviar roupa vendida na internet

O ex-deputado do Chega foi constituído arguido a 21 de janeiro depois de buscas às casas que tem em Lisboa e em São Miguel e é suspeito do furto de malas no Aeroporto de Lisboa. Foram ainda encontradas bagagens no gabinete que ocupava enquanto deputado do Chega.

Luís Manso

Isabel Cruz

SIC Notícias

Miguel Arruda terá usado os correios do Parlamento para enviar roupa das bagagens furtadas no Aeroporto de Lisboa, mas o ex-deputado do Chega continua a garantir que é inocente. Arruda está nos Açores, em casa, e já apresentou baixa psiquiátrica no Parlamento, que em breve deverá levantar a imunidade permitindo que seja ouvido pela justiça.

Foi a 28 de janeiro, na terça-feira da semana passada, quando, nos Açores, a SIC tentou retirar de Miguel Arruda algumas explicações quanto ao caso do alegado furto de malas.

Terá sido por estes dias, apurou a SIC, que o antigo deputado do Chega, e agora deputado não inscrito, enviou para o Parlamento a baixa psiquiátrica, pelos CTT, numa carta registada.

Miguel Arruda tem duas falta por justificar

Nos dias seguintes, a 29 e a 30 de janeiro, na página do site da Assembleia onde se contabilizam as presenças de Miguel Arruda às reuniões plenárias estão assinaladas duas faltas sem qualquer tipo de justificação.

No caso de mais de quatro faltas injustificadas, é iniciado um processo que pode levar à perda de mandato.

A SIC apurou que o pedido entrou uns dias depois no parlamento. Ainda assim, com efeitos a partir desse dia.

Sendo que o deputado, de acordo com a lei, tem cinco dias para apresentar baixa, após o primeiro dia em que falta ao trabalho por motivo de doença.

A SIC conseguiu ainda apurar que Miguel Arruda pretende regressar assim que receber luz verde para tal por parte dos médicos.

Mantém ainda que é inocente em todo este processo.

Constituído arguido a 21 de janeiro

Foi constituído arguido a 21 de janeiro depois de buscas às casas que tem em Lisboa e em São Miguel, e é suspeito do furto de malas no Aeroporto de Lisboa. Foram ainda encontradas bagagens no gabinete que ocupava enquanto deputado do Chega.

O conteúdo seria posteriormente vendido em plataformas na internet.

O próprio deputado tinha um perfil num desses sites, onde vendia desde chapéus, calças ou gravatas.

Correios do Parlamento seriam usados pelo ex-deputado do Chega

De acordo com o Correio da Manhã, Miguel Arruda usaria os correios que estão no Parlamento para a venda de roupa, permitindo, assim, uma poupança, quer nos selos, quer nos envelopes. Isto porque, enquanto deputado, tinha um desconto.

Quanto ao pedido do tribunal de levantamento da imunidade parlamentar, a SIC sabe que deu entrada na semana passada.

O assunto deve ficar resolvido nos próximos dias, sendo certo que a imunidade será mesmo levantada por causa da moldura penal que aqui está em causa.

De acordo com o Estatuto dos Deputados, a suspensão é obrigatória quando se tratar de "crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos". E este é o caso.

Miguel Arruda, que já é arguido, poderá ser depois detido e de novo ouvido no âmbito deste processo.

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