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Medina escapa à Operação Tutti-Frutti, mas não à censura do Ministério Público

As suspeitas que recaíam sobre Fernando Medina foram arquivadas, mas o Ministério Público censura os comportamentos do antigo presidente da Câmara de Lisboa, que "atropelam as normas do exercício das funções públicas". O antigo autarca e ministro diz que "isso não tem qualquer valor" e que o caso está fechado.

SIC Notícias

Fernando Medina ficou de fora da acusação do Ministério Público (MP) no processo Tutti-Frutti, que junta 60 suspeitos de corrupção e prevaricação, abuso de poder, tráfico de influência ou participação em negócio. No entanto, o antigo ministro não escapou a uma censura dos procuradores.

No despacho de arquivamento, o MP diz que os comportamentos dos arguidos que não vão a julgamento, como o também antigo presidente da Câmara de Lisboa, “desviam-se e atropelam as normas do exercício das funções públicas”, sendo, por isso “ilícitos”.

Fernando Medina diz que “isso não tem qualquer valor” já que o próprio Ministério Público decidiu arquivar o caso.

O que está em causa?

A frase do MP diz respeito à atribuição de 200 mil euros à Associação Amigos do Rugby de Belém e à suspeita de uma concertação com o PSD para distribuir autarquias e planear acordos de governação depois das autárquicas de 2017.

O Ministério Público ouviu funcionários e vereadores de Lisboa sobre a atribuição do terreno, o licenciamento da obra e a entrega do dinheiro. Escutou conversas entre Medina e o ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo e registou um encontro, nos paços do concelho, em 2017.

Mas chega ao fim sem prova de crime e de que tenha havido intenção de violar a lei em beneficio de alguém.

Quase dois meses depois de ser constituído arguido por suspeitas de prevaricação, este é um dia bom para Fernando Medina, que diz não ter cometido “qualquer ilegalidade”, porque não vai a julgamento.

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