O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considera que o arquivamento do processo de Fernando Medina na operação Tutti-Frutti é uma boa notícias, mas pede que se faça uma reflexão sobre a celeridade da justiça.
Numa reação às decisões do Ministério Público de arquivar as suspeitas em relação a Fernando Medina e Duarte Cordeiro, o secretário-geral do PS, considera estar perante uma "boa notícia", contudo, lamenta a duração do processo.
"Obviamente que são notícias boas. A notícia má é que as pessoas que tiveram o seu nome na praça pública envolvido neste caso, tivessem de esperar oito ou nove anos - não me quero enganar - pelo arquivamento do processo", respondeu.
O secretário-geral do PS considera que "isso sim é preocupante" e deve fazer todos pensar, "porque obviamente estes processos têm impacto na vida das pessoas e se há pessoas que têm envolvimento, há pessoas que não têm".
"Por isso é que os processos têm de ser mais céleres para protegermos a nossa democracia, o nosso Estado de direito democrático. Portanto, a notícia boa é a do arquivamento, a notícia má é do tempo que demorou até ao arquivamento", diz.
Questionado se há uma nova vida no PS para Fernando Medina e para o ex-ministro do Ambiente Duarte Cordeiro - cujo nome também tinha sido investigado na operação Tutti Frutti, mas que não chegou a ser constituído arguido -, Pedro Nuno Santos respondeu que ambos "não tiveram em nenhum momento os seus direitos de intervenção política e cidadã coartados".
"Continuam obviamente na plenitude das possibilidades de intervir politicamente no país e o país bem precisa deles", diz.
Entre os 60 suspeitos de corrupção e prevaricação, abuso de poder, tráfico de influência ou participação em negócio, está o ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo. Já o ex-autarca Fernando Medina, e apesar do comportamento merecer “juízo de censura”, não foi acusado.
O Ministério Público (MP) deduziu acusação, esta terça-feira, para julgamento em tribunal coletivo, no âmbito do inquérito conhecido como Processo Tutti-Frutti.
Com Lusa.