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Confusão com Miguel Arruda obriga Parlamento a suspender trabalhos temporariamente

O líder parlamentar do Chega manifestou-se contra o lugar atribuído ao agora deputado não inscrito Miguel Arruda, ao lado da bancada do partido.

Carolina Rico

Inês Timóteo

O novo lugar de Miguel Arruda no Parlamento - agora como deputado não inscrito - marcou o arranque dos trabalhos na Assembleia da República, onde esta sexta-feira será discutida a lei dos solos.

O presidente da Assembleia da República Aguiar-Branco fez um anúncio no arranque do plenário explicando que, na qualidade de deputado não inscrito, Miguel Arruda devia sentar-se na última fila, entre as bancadas do Chega e do PSD, como aconteceu em situações semelhantes.

O agora ex-deputado do Chega suspeito de furto sentou-se no local indicado, mas o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, pediu a palavra para dizer que não quer que o deputado se sente ao lado da bancada do partido.

“Não nos sentimos confortáveis por o deputado Miguel Arruda se sentar ao lado dos deputados do Chega porque, como sabem, as coisas não foram pacíficas. Não posso responder pelo meu grupo parlamentar e pelo que possa acontecer nesta sessão plenária", avisou.

“O deputado manter-se sentado ao lado do grupo parlamentar de que saiu acho que não é correto. Não é correto porque desrespeitou quer grupo parlamentar, quer o presidente do partido, quer o presidente do grupo parlamentar e até esta casa”, justificou Pedro Pinto.

Aguiar-Branco acabou por interromper os trabalhos, mas a sessão foi retomada alguns minutos depois. O presidente da Assembleia da República remete a decisão sobre o lugar onde deve sentar-se Miguel Arruda para uma futura Conferência de Líderes.

Quando os deputados regressaram ao hemiciclo, Miguel Arruda ocupou o lugar inicialmente previsto, agora sozinho, já que nenhum deputado do Chega se sentou ao seu lado.

Miguel Arruda passou esta quinta-feira a deputado não inscrito, deixando de integrar o Grupo Parlamentar do Chega, e desfiliou-se do partido, depois de ter sido constituído arguido por suspeita de furtar malas nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada ao longo de meses.

"Passo à condição de independente única e exclusivamente para proteger o partido", afirmou, em declarações aos jornalistas esta quinta-feira, considerando, por outro lado, que tem condições para continuar como deputado por estar “inocente”.

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