Os hospitais da Madeira suspenderam as cirurgias eletivas - não urgentes - por falta de camas livres para internamento. Das 639 camas disponíveis, 300 estão ocupadas com altas sociais, a maioria idosos, para os quais a Segurança Social não consegue encontrar um lar.
A situação está a gerar graves constrangimentos, numa altura em que também há cerca de 60 doentes à espera de vaga nos corredores do serviço de urgência.
“A nossa atividade existencial está gravemente comprometida do ponto de vista da qualidade, segurança e humanismo porque temos doentes no corredor nos serviços de urgência. Temos doentes há cinco dias no corredor porque não temos camas livres”, conta à SIC o diretor clínico do Sesaram, Júlio Nóbrega.
O caso é tão grave que, esta semana, obrigou à suspensão das cirurgias programadas.
“Vamos ter que suspender a atividade cirurgia eletiva porque os doentes quando são operados têm que ficar numa cama e não temos essas camas livres.”
Lares dedicados às altas sociais estão cheios
A Segurança Social admite a dificuldade de resposta, até porque os dois lares dedicados às altas sociais estão cheios.
“De dezembro até agora conseguimos integrar 21 pessoas em altas clínicas. Temos trabalhado junto das famílias para fazê-las perceber que para além do lar há outras respostas sociais”, explica Micaela Freitas, presidente do Centro Regional da Segurança Social.
Além das pessoas que estão nas enfermarias dos hospitais, na comunidade a lista de espera para os lares é ainda maior: são cerca de 1.000 as pessoas que aguardam por uma vaga.
Na Madeira estão em construção ou em requalificação vários lares, mas as 1.000 camas prometidas só deverão estar disponíveis no fim do ano. E, até lá, os serviços de saúde terão de gerir a capacidade de internamento nos hospitais, que de momento, está esgotada.