Às mãos do presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa chegaram várias reações negativas menos de 24 horas após a declaração do ministro.
“A primeira condição para o descongelamento das propinas é concluirmos o estudo de avaliação da ação social que está a ser feito pela Universidade Nova e que nos vai permitir desenhar um novo sistema que garanta que há equidade”, diz Fernando Alexandre, ministro da Educação.
“Qualquer estudante, independentemente da sua origem, deve ter oportunidade de poder estudar e frequentar um curso superior. A realidade é que se nós aumentarmos as barreiras ao Ensino Superior, o verdadeiro fator de exclusão para a frequência da educação superior ou não , deixa de ser o mérito e a competência e do estudante e passa a ser a carteira dos pais ou desse estudante em particular”, explica Diogo Ferreira Leite da associação académica da Universidade de Lisboa
Em média, estudar em Lisboa, tem o custo de 900 euros por mês. Valor acima do salário nacional. Este possível descongelamento a partir de setembro pode complicar mais as contas.
“A razão das propinas é a segunda razão que leva os estudantes a desistir dos seus cursos por incapacidade de comportar com esses valores”, diz Diogo Ferreira Leite.
“Num país em que os estudantes pagam 450 a 500 euros por um quarto, uma crise na habitação sem precedentes, a preocupação e o discurso político está no valor das propinas e não nas estratégias para cumprirmos um PRR”, diz Francisco Porto Fernandes, presidente da associação académica do Porto
Nas várias reuniões que tiveram nos últimos meses com o ministro da Educação, as associações académicas mostraram a posição sobre este assunto e as preocupações no acesso à habitação.
“Aumentar não será sempre a opção, tendo em conta que a habitação cada vez mais aumenta e a qualidade diminui. É um fator importante a apontar, não só nas zonas metropolitanas, mas também nas restantes regiões do país”, diz Carlos Magalhães da associação académica de Coimbra
“Propina é um dos custos de acesso ao Ensino Superior, e como nós sabemos hoje não é sequer o principal”, afirma Fernando Alexandre.
Pode não ser o principal, mas ainda assim tem peso na carteira dos estudantes. A decisão final vai ser conhecida depois de Abril, altura em que o estudo um estudo para avaliar as condições e a transparência no acesso ao alojamento e a bolsas no ensino superior estará concluído.