Em véspera de Passagem de ano há um produto que é obrigatório à mesa. As tradicionais passas fazem já parte do reveillon, no entanto a falta de mão de obra leva a que a produção se torne mais escassa.
Há mais de 20 anos que Mário Faustino se dedica à produção e revenda de frutos secos. Um negócio que diz ser cada vez menos sustentável.
“Não dá para ter empregados, tem de ser com prata da casa, com pessoas da família senão não dá”, explica Mário Faustino, produtor e revendedor.
Se quem produz sente a dificuldade em arranjar quem queira trabalhar no campo, já quem vende diz ter esgotado o stock. Com as prateleiras vazias, ou apenas algumas sobras, mesmo em Torres Novas, aquele que é considerado o concelho capital destes frutos típicos.
"As pessoas têm procurado bastante os frutos secos. O figo que em Torres Novas é o nosso ‘ex libris’ e é aquele que realmente tem bastante procura”, explica Rui Pereira, comerciante
Poucos são aqueles que se dedicam à agricultura nos dias de hoje. Mas produtores e comerciantes fazem os possíveis para tentar manter os preços acessíveis. O pinhão continua a ser o mais caro da lista. No entanto, diz quem produz que neste caso está mais barato. A esta altura já se começam a fazer as previsões para 2025.
“Penso que até à próxima campanha, os preços que nós temos serão os que se vão manter, portanto, a campanha do fruto seco começa a comercialização ali em setembro/outubro. Portanto, até essa data os preços que tivermos agora serão os preços que nós vamos manter previsivelmente até essa data. Na próxima campanha ainda é bastante cedo para estarmos a falar dos preços que os frutos secos vão ter nessa altura”, Rui Pereira, comerciante.
Num país onde a agricultura é cada vez mais uma atividade de outros tempos, prevê-se assim que o tradicional fruto seco seja cada vez mais escasso.