Só este ano aposentaram-se quase quatro mil professores, um aumento em relação ao ano anterior. E, apesar das medidas para atrair mais docentes, o número continua a ser insuficiente para minimizar as falhas nas escolas públicas. Já no próximo mês estão previstas mais 400 aposentações.
O desequilíbrio entre os números mantém-se há mais de uma década. Todos os anos milhares de saídas da profissão e em contrapartida poucas entradas de novos docentes e 2024 não foi exceção.
Entre professores do ensino secundário e básico e educadores de infância somam-se cerca de 4.000 aposentações. Um dos valores mais elevados e que revela um aumento em relação ao ano passado.
A diferença de cerca de 500 professores mostra que o plano do Governo com 17 medidas continua a ser incapaz de responder a uma das maiores falhas da escola pública.
O Governo tinha previsto que 200 aposentados voltassem a dar aulas, mas apenas 60 responderam ao apelo. Em relação aos professores próximos da aposentação, só 285 decidiram continuar nas escolas, mesmo com o suplemento salarial.
Também o concurso extraordinário com mais de 2.300 vagas abertas ficou áquem das expectativas. Tudo somado dá um total de mais 613 professores nas escolas, número bastante abaixo das saídas que em janeiro voltam a aumentar.
Vão ser mais de 370 aposentações no arranque de mais um ano. Só 55 estão prontos a voltar às escolas, parte deles com mais de 70 anos.
O próximo ano vai continuar a trazer desafios ao ministro da Educação. Além da falta de professores, está em cima da mesa a complexa negociação da revisão do estatuto da carreira docente e há mais um pedra no sapato: os funcionários das escolas.
Querem aumentos salarias e a criação de uma carreira especial. Atualmente, a gestão dos não docentes é partilhada entre o Governo e os municípios.