Pedro Nuno Santos acusa Luís Montenegro de ser o responsável, se a insegurança em Portugal aumentar. O secretário-geral do Partido Socialista (PS), critica a estratégia atual para a segurança do país, na sequência da controversa ação policial que ocorreu no Martim Moniz, em Lisboa.
Numa publicação feita, este domingo, na rede social X, o líder socialista vem comentar a reação do Governo àquilo que classifica como uma “polémica rusga”, referindo-se à ação policial no Martim Moniz, que ficou marcada pela imagem de dezenas de imigrantes encostados à parede.
Para Pedro Nuno Santos, a operação em causa foi “desproporcional” e não teve “resultados relevantes”, mas é vista pela direita como a “chave para a segurança dos portugueses”.
Aproveitando para exaltar o PS e os anteriores governos socialistas, Pedro Nuno Santos defende que, “se Portugal é um dos países mais seguros do mundo”, é graças a estes e expõe aquela que considera ser a estratégia adequada para promover a segurança.
“O PS sempre foi mais eficaz a garantir a segurança dos portugueses. A segurança é mantida de forma mais eficaz através de estratégias assentes no policiamento de proximidade, regular e permanente; da instalação das câmaras de vídeo vigilância, já aprovadas, para as zonas de maior risco, e de investimento no espaço público; e da existência de iluminação pública”, escreveu.
O secretário-geral socialista conclui que o atual Governo recebeu uma “herança” positiva em termos de segurança e afirma que, se a insegurança vier a aumentar, será por culpa de Luís Montenegro e do governo que lidera.
“Se a insegurança se agravar nos próximos anos, tal será da responsabilidade do Primeiro-Ministro e do seu governo”, atirou.
Montenegro admite que "não gostou de ver"
A musculada ação policial que decorreu, este mês, na zona do Martim Moniz, gerou controvérsia e foi alvo de bastantes críticas, colocando-se a hipótese de abuso de autoridade.
O caso vai mesmo chegar à Provedoria de Justiça, depois de vários deputados e personalidades públicas terem assinado uma queixa contra a atuação policial. Tambéma Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um processo e já pediu esclarecimentos à Polícia de Segurança Pública (PSP) sobre a operação.
Após ter, inicialmente, defendido que a operação servia para aumentar a tranquilidade dos portugueses, o primeiro-ministro veio agora admitir que não gostou de ver as imagens de dezenas de estrangeiros encostados à parede. Em entrevista ao Diário de Notícias, Luís Montenegro recusa, contudo, que a ação policial tenha sido motivada por questões raciais e diz não ter visto nela qualquer desrespeito pela dignidade das pessoas.