Eduardo Cabrita, do Partido Socialista (PS) e ex-ministro da Administração Interna, critica de forma dura o Governo, que acusa de ser “incompetente” e “fator de insegurança”. Considera ainda que o Presidente da República já devia ter pedido esclarecimentos ao primeiro-ministro sobre a estratégia de intervenção policial no Martim Moniz.
Em entrevista à SIC Notícias, o ex-ministro diz que a operação da PSP no Martim Moniz foi “fracassada nos seus resultados” e “errada na percepção que dá".
“É um completo fracasso. Uma operação preparada em dois meses e na qual encontra uma navalha e um telemóvel furtado? Eu diria que uma operação de trânsito tem melhores resultados e não tem este custo político para a democracia”, afirma.
Na SIC Notícias, diz que a intervenção policial “contribui para um aumento da insegurança”, contudo, na sua opinião, é o Governo que é um “fator de insegurança”.
Porquê? A ministra da Administração Interna “não existe” e o primeiro-ministro “desvaloriza os crimes mais comuns”, referindo-se à violência doméstica, e “não tem uma estratégia” para o combate à droga.
Eduardo Cabrita considera o Governo “irresponsável, perigoso e incompetente em matéria de segurança”. E reforça que Luís Montenegro tem vindo a “criar algo que é grave”: suscitar dúvidas sobre a segurança e a credibilidade da PSP.
Na SIC Notícias, critica ainda o “silêncio” do Presidente da República que, a seu ver, já devia ter pedido esclarecimentos sobre a estratégia de intervenção policial.
“O Presidente da República amanhã vai à minha terra, ao Barreiro. Era bom que antes da ginjinha tivesse a oportunidade de solenemente chamava o primeiro-ministro, que o convocava”, diz.
O ex-ministro da Administração Interna considera que estamos perante uma “crise do Estado de Direito”.
O ex-ministro assinala ainda que o anterior Governo teve um “quadro de grande diálogo e respeito” durante a pandemia, em que teve de aplicar medidas restritivas de liberdade.
“O que é fundamental é que Portugal continue a ser considerado como o que conquistou a partir de 2015. Pela primeira vez, atingiu o nível de um dos 10 países mais seguros do mundo”, afirma.