Há cada vez mais portugueses que se assumem contra a entrada de mais imigrantes, em especial os que chegam a Portugal vindos do subcontinente indiano.
Desde 2014 que tem crescido a perceção de que a imigração corresponde a uma ameaça e não a uma oportunidade. Estas são algumas das conclusões do último estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos que estará esta quarta-feira à noite em debate na SIC Notícias.
A oposição à imigração em Portugal é uma tendência que volta a crescer. Fruto, acima de tudo do discurso de aproveitamento de alguma política.
E nem toda a imigração é vista da mesma forma. O estudo revela que mais de metade dos inquiridos considera que o número de imigrantes vindos do Brasil e da China, por exemplo, deve diminuir.
Em sentido oposto, consideram que o número de imigrantes que chegam a Portugal vindos de países ocidentais pode mesmo aumentar.
Mas destes números salta a vista os mais de 60 por cento que se opõe a um aumento do número de imigrantes do subcontinente indiano.
Ainda que uma larga maioria considere que os imigrantes são fundamentais para a economia do país, acham ao mesmo tempo que a imigração empobrece os nossos valores e tradições. Além disso, acreditam que a imigração aumenta os níveis de criminalidade e que sem imigrantes teriam melhores contratos de trabalho.
Já em matéria de direitos mais de 50 por cento concorda com o voto e também a naturalização. Mas caso estes imigrantes cometam crimes, mais de 80 por cento dos inquiridos neste estudo considera que devem ser reenviados para o país de origem. Uma percentagem semelhante à que impunha a mesma regra em caso de desemprego.
O agravamento de alguns indicadores anti-imigração é uma das principais conclusões deste último barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
E ainda que os números não demonstrem um grande crescimento face a 2010, para os investigadores Portugal está num claro ciclo de oposição à imigração que acompanha uma tendência europeia generalizada.