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Advogado de Medina diz que ser arguido era “inevitável” e espera que processo acabe em arquivamento

Foi revelado, esta terça-feira, que o ex-ministro das Finanças foi constituído arguido, no âmbito da Operação Tutti Frutti, por suspeitas de prevaricação enquanto era presidente da Câmara de Lisboa. A defesa desdramatiza e assegura que Medina está "absolutamente tranquilo".

Rita Carvalho Pereira

Paulo Sá e Cunha considera que era “inevitável” que Fernando Medina passasse a arguido, perante as suspeitas que caem sobre ele, no âmbito da Operação Tutti Frutti. O advogado do ex-ministro das Finanças rejeita, contudo, que tal signifique que há agora maior probabilidade de Medina ser acusado por crimes.

Em entrevista à SIC Notícias, esta terça-feira, Paulo Sá e Cunha afirmou que, “quando há suspeitas” sobre uma pessoa e esta é chamada a inquérito criminal, “necessariamente tem de ser constituída arguida”. Por esse motivo, desdramatiza que Fernando Medina tenha sido, agora, constituído arguido, estando a ser investigado por suspeitas de prevaricação.

“Que fosse constituído arguido era inevitável, a partir do momento em que foi pedido o levantamento da imunidade parlamentar”, nota, recordando que esse pedido aconteceu em julho e que a imunidade foi, depois, levantada em setembro.

“Não significa que há forte probabilidade de ser acusado”, contraria o advogado.

A defesa de Fernando Medina diz também não saber se o processo está agora mais próximo de ser concluído, embora manifeste esse desejo. É um processo de 2016, com uma duração algo inusitada, excede todos os prazos normais”, afirma.

Seja para já ou para mais tarde, a esperança do advogado é que o processo acabe com umdespacho de arquivamento” no que diz respeito a Fernando Medina.

Acusação? "Não é um ato de Medina"

Paulo Sá e Cunha insiste que o ex-ministro das Finanças está “absolutamente tranquilo” em relação processo, embora não possa revelar o que foi perguntado a Fernando Medina, quando foi interrogado, nem o que este respondeu, por o processo estar “em segredo de justiça externo”.

O advogado afirma, contudo, que mais do que inexistência de prova, aquilo que considera estar em causa são acusações que não podem ser imputadas a Fernando Medina.

“Não é um ato de Fernando Medina, é uma deliberação do executivo camarário", sustenta Paulo Sá e Cunha, frisando que Medina nem sequer estava em Portugal na altura, apesar de liderar a Câmara de Lisboa.

Em causa estão alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, nomeadamente um apoio financeiro no valor de 200 mil euros à XV - Associação Amigos do Rugby do Belém, no âmbito do apoio ao associativismo desportivo.

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