À beira da falência, tendo já pedido um processo contra credores por reconhecer que não consegue pagar as dívidas, a sueca Northvolt está fora do projeto. E sem conseguir um novo parceiro para o negócio, a Galp desistiu da ideia de tornar Setúbal um centro na exploração do lítio.
"É mais um investimento que não vem para o país, isso é preocupante, é triste, mas é preocupante essencialmente a nível europeu, porque isto não é um caso isolado, isto significa um certo arrefecimento do mercado em relação à área, ao lítio, às baterias e significa uma grande força do Sudeste asiático, nomeadamente da China e uma grande dificuldade europeia a fazer concorrência à China", disse Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente.
O investimento estava a ser preparado desde 2021 para a fábrica começar a operar em 2026, aproveitando as reservas de lítio em território nacional. Tudo é agora descartado.Fica o apelo da Ministra do Ambiente a um plano económico, lembrando os tempos como eurodeputada.
"O Partido Popular Europeu, a família a que eu pertenço, votámos contra ser tão rápidos na eletrificação do automóvel, e isto são consequências dessa lei. Eu só fiquei a saber ontem, mas tenho que lhe confessar que não foi surpresa. Temos é de atuar, precisamos de uma estratégia, porque se não tivermos uma estratégia ficamos cada vez mais pobres, porque este não vai ser um caso isolado infelizmente", explica a ministra do Ambiente.
O preço do lítio, que pode ser usado em baterias, tem descido no último ano, muito devido ao aumento da produção chinesa. No caso de Setúbal, a Galp diz que não estava garantido um retorno que considerasse adequado.