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Ministra da Saúde assume tutela da IGAS, entidade que está a investigar o INEM

À medida que aumenta a pressão para que a ministra da Saúde assuma as responsabilidades políticas e se demita, Ana Paula Martins chama a si mais tutelas. A decisão que a ministra não anunciou nem explicou acontece numa altura em que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a investigar as mortes ocorridas, alegadamente por falhas no socorro do INEM.

Elsa Gonçalves

Ricardo Tenreiro

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, concentrou ainda mais funções. Desta vez, assumiu a tutela da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, a entidade que está a investigar o INEM. Já tinha anunciado publicamente que ficava responsável pelo Instituo de Emergência Médica. A ministra passa, assim, a controlar os principais intervenientes no caso que pode custar-lhe o lugar.

À medida que aumenta a pressão para que a ministra da Saúde assuma as responsabilidades políticas e se demita, Ana Paula Martins chama a si mais tutelas.

Em Diário da República, esta terça-feira, o mesmo diploma que retira o INEM da secretaria de Estado da Gestão da Saúde, uma alteração que a ministra anunciou publicamente, retira também a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a outra secretária de Estado, Ana Povo, revogando uma decisão de maio.

A decisão que a ministra não anunciou nem explicou acontece numa altura em que a IGAS está a investigar as mortes ocorridas, alegadamente por falhas no socorro do INEM.

Foi a ministra da Saúde que, com a assinatura de um protocolo negocial, pôs fim a uma greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar que coincidiu, a 4 de novembro, com a greve da função pública, agravando os atrasos na resposta às chamadas de emergência.

Ana Paula Martins já fez depender a continuação no cargo dos resultados da investigação da IGAS e também dos sete inquéritos abertos pelo Ministério Público.

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