O agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) que matou Odair Moniz, na Cova da Moura, Amadora, foi constituído arguido por homicídio simples e arrisca entre 8 a 16 anos de prisão.
O procurador-geral da República diz que o Ministério Público (MP) vai “dar instruções no sentido de haver a maior celeridade possível”. "Todos meios de prova são úteis para o MP tomar a sua posição", afirma Amadeu Guerra.
Segundo uma notícia avançada pelo Expresso, a investigação da Polícia Judiciária (PJ) e a do MP pode alterar a qualificação para homicídio por negligência punível com um máximo de 5 anos. O MP pode ainda decidir que se trata de um caso de legítima defesa.
O agente, de 27 anos, e dois de serviço na esquadra da Damaia, entregou a arma para perícias. Está a ser acompanhado pelo gabinete de psicólogos da PSP e encontra-se de férias
Vídeos publicados nas redes sociais
A sala de controlo das 141 câmaras de vigilância, instaladas na Amadora e geridas pela PSP, tem surgido nas redes sociais. É possível ver os agentes a movimentarem ou a aproximarem as imagens gravadas 24 horas por dia, como as de uma câmara a 150 metros do local, na Cova da Moura, onde Odair Moniz foi baleado por um agente da PSP.
As imagens da madrugada de segunda-feira estão com a Polícia Judiciária (PJ) e serão relevantes para a investigação. Foram já ouvidas mais de uma uma dezena de pessoas, entre elas o agente arguido, e no local foram apreendidos vários objetos, incluindo uma faca.
Quem assistiu e gravou a partir de casa tornou público o vídeo, onde um popular diz que “foi desnecessária” a ação da polícia. Nas imagens, vê-se um dos agentes a aproximar-se do corpo para verificar o pulso, mas não há manobras de reanimação até à chegada do INEM, gravada noutro vídeo amador.
As manobras contam com a ajuda dos agentes, mas Odair Moniz acabou por morrer já no hospital, segundo o comunicado da PSP, 37 minutos depois de ter sido intercetado pela policia.