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Fuga de Vale de Judeus: Governo continua à espera de relatório

Um mês depois, Fábio “Cigano” foi capturado mas continuam em fuga quatro dos evadidos de Vale de Judeus. O Ministério da Justiça ainda não recebeu o relatório da Direção-geral da reinserção e serviços prisionais sobre o que aconteceu a 7 de setembro.

Elsa Gonçalves

João Maldonado

Diogo Sentieiro

Ricardo Tenreiro

Frente ao estabelecimento prisional de Vale de Judeus, de onde a 7 de setembro fugiram cinco reclusos, os guardas prisionais do país cumprem uma vigília solidária. Reclamam que são poucos a trabalhar num sistema com muitas fragilidades.

"Tivemos de chegar a esta fuga para olharem para nós. O sistema prisional português está mal", diz Frederico Morais, do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).

Um mês depois da fuga, o jornal Público avança que o Ministério da Justiça ainda não recebeu o relatório da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, que deveria ser entregue num mês, e admite que possa não ser divulgado publicamente.

“Ninguém quis saber”

Frederico Morais diz que o sindicato alerta para as falhas no sistema desde 2021 , mas “ninguém quis saber”.

O relatório preliminar elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança, que chegou às mãos da ministra, assumia erros e falhas muito graves, grosseiras e inaceitáveis. Bastaram seis minutos para a fuga, mas só cerca de 1 hora depois foi detetada.

O diretor-geral dos Serviços Prisionais e o subdiretor com o pelouro da segurança demitiram-se. O novo diretor, de acordo com o Ministério da Justiça, já tomou medidas de segurança, que entretanto não são divulgadas.

A Policia Judiciária tem a cargo uma investigação criminal e foram emitidos mandados de detenção europeus. Fábio Loureiro, conhecido como Fábio “Cigano”, é desde esta segunda-feira o único detido. Quatro homens continuam a ser procurados.

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