A doença hemorrágica dos bovinos estará a começar a estabilizar. O arrefecimento do tempo e a aplicação de uma nova vacina podem fazer regredir a doença. A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) contou até agora quase 470 casos, com 20 animais mortos em 250 explorações.
A vacina contra a doença hemorrágica epizoótica dos bovinos, produzida pela primeira vez por um laboratório espanhol, começou a ser administrada em Portugal há 15 dias. E pode ter já começado a ter efeitos.
“O número de casos está a diminuir relativamente”, admite António Calisto, veterinário do agrupamento de criadores de Bragança.
“Devia ser gratuita, como a vacina da Covid”
Ainda assim, o veterinário alerta que “a vacinação é um bocado cara”, existindo “uma relutância dos produtores” em vacinar os bovinos. “Fica, por cada animal, 16 ou 17 euros a dose.” Por esse motivo, reclamam por ajuda do Estado.
“A vacina devia ser gratuita, como foi a da Covid. Porque isto é como Covid dos animais”, argumenta Domingos Afonso, criador de bovinos.
Susana Pombo, diretora-geral de Alimentação e Veterinária, admite que ainda não foi tomada uma decisão quanto à vacinação dos bovinos, mas não exclui que “venha a ser”, depois de a situação ser monitorizada.
Ainda assim, sublinha que a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária não tem sequer conhecimento dos preços de administração da vacina que estão a ser praticados, uma vez que estes são “da responsabilidade de cada clínico”.
Sem risco para humanos
A doença hemorrágica epizoótica chegou a Portugal no último ano, depois de vários casos em Espanha. Trata-se de uma doença viral transmitida aos bovinos por um mosquito.
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária contabilizou, até ao momento, 463 casos, com 20 mortes em 250 explorações.
Agora, com o arrefecimento do tempo, o mosquito transmissor do vírus está mais inativo, o que fará diminuir o risco de infeção.
A doença hemorrágica epizoótica dos bovinos não tem qualquer risco de contágio a humanos, nem mesmo através do consumo da carne dos animais.