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Governo prometeu resposta rápida, mas 60 imigrantes continuam a viver em tendas em Arroios

Abdou tem 20 anos e é o mais novo de um grupo de migrantes que vivem acampados no jardim da Igreja dos Anjos, em Lisboa. Arriscou a vida na travessia de barco a partir do Senegal e já está por ali há sete meses, mas os moradores queixam-se do "mau aspeto" que passa à cidade.

Amanda Martins

João Lúcio

Margarida Borges Martins

O Governo ainda não cumpriu a promessa de alojar num centro de acolhimento os migrantes que vivem nas ruas de Lisboa. Três meses depois do anúncio, ainda há dezenas de estrangeiros que vivem em tendas, no centro da capital.

Abdou tem 20 anos e é o mais novo de um grupo de migrantes que vivem acampados no jardim da Igreja dos Anjos, em Lisboa. Arriscou a vida na travessia de barco a partir do Senegal e já está por ali há sete meses.

"No Senegal, a vida é muito difícil. A sobrevivência da minha família tem de ser assegurada, e é por isso que decidi sair do meu país e vir para cá para ajudar a minha família", contou o jovem à SIC.

Abdou vai este domingo começar a trabalhar na pesca.

São cerca de 60 os migrantes que agora vivem na rua em Arroios em tendas, mas já chegaram a ser 120, mas o número diminuiu nas últimas semanas, com a ajuda das associações.

“Eles são um exemplo de resiliências. Eles têm procurado com todos os esforçosos começar a trabalhar", explicou Mariana Carneiro, do SOS Racismo, apontando o dedo ”às autoridades que têm toda a responsabilidade de resolver esta situação".

Em abril, havia promessas de uma solução rápida, mas até ao momento, não há sequer respostas de alojamento, frisou o SOS Racismo.

No início de junho, o Governo anunciou um Plano de Ação para as Migrações, que incluía um centro de acolhimento a funcionar no antigo Hospital Militar de Belém. No entanto, três meses depois, o protocolo ainda nem foi assinado. Enquanto isso, os moradores queixam-se da ocupação do espaço público.

A igreja, a chamada casa de Deus, que promete acolher todos, neste caso, parece estar a deixar estas pessoas nas mãos do destino.

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