Este domingo assinala-se o 45.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A data foi celebrada numa cerimónia em Coimbra que contou com a participação da ministra da Saúde e do diretor-executivo do SNS, António Gandra D'Almeida.
No hospital Garcia de Orta, em Almada, várias cirurgias foram canceladas devido à contaminação de instrumentos, de acordo com uma investigação da revista Sábado. Questionada sobre esta situação, Ana Paula Martins garante que o ministério da Saúde e a Conselho de Administração da unidade médica estão a acompanhar o caso que "será corrigido".
"O Conselho de Administração do hospital Garcia de Orta está muito atento a esta situação. Tem implementado um sistema de esterilização como todos os hospitais e neste momento não tenho nenhuma dúvida de que apresentará um relatório".
Mudanças no Serviço Nacional de Saúde (SNS)
A ministra da Saúde assumiu necessidade de uma "mudança estrutural" do Serviço Nacional da Saúde (SNS) a começar já e a prolongar-se a outra legislatura, considerando que para isso é necessário diálogo.
"Muito é o que temos conseguido, mas muito, mesmo muito, é o que ainda há para fazer. Por isso, temos de saber criar um novo SNS adaptado a esta mudança. Temos de fazer uma nova mudança estrutural, criando um SNS em mudança, mantendo o substrato, os seus valores do humanismo, do personalismo e do profissionalismo", disse.
Ana Paula Martins adiantou que se trata de uma mudança estrutural que "não é compatível com a discussão permanente da espuma dos dias e do que é pontual" e essa mudança tem que "relevar o que une" as pessoas e partidos e não o que divide.
"Uma mudança que não é compatível com a atitude de quem nada fez vir exigir agora que tudo já devia ter sido feito. Sabemos que temos de dar resposta à doença aguda e à necessidade dos nossos doentes, porque só assim podemos melhorar a condição de vida de todos, aliviar o sofrimento e criar uma vida de qualidade para todos", salientou.
Ana Paula Martins falou também em mudanças que terão "um impacto redobrado perto do cidadão". Defende que é preciso haver transformação digital para ter uma relação "mais próxima do cidadão".
"O SNS tem de manter os seus valores constitucionais e certamente vai continuar a mantê-los. Valores de universalidade, da solidariedade e equidade que é muito importante. Naturalmente que temos que olhar para a realidade, aliás outros Serviços Nacionais de Saúde também os estão a viver. Mudança quer dizer isso mesmo. Quer dizer transformação, quer dizer olhar para instrumentos que temos hoje e não tínhamos no passado."
Num país em que a população idosa representa uma "grande fatia do bolo", a ministra da Saúde diz que estão a ser desenvolvidos "instrumentos de telemonitorização" e que é preciso usar o digital de forma "positiva e inteligente" para chegar mais perto desta faixa-etária.
[Artigo atualizado às 21:53]
Com Lusa