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Queda de helicóptero no Douro: funerais de quatro vítimas mortais realizam-se este domingo

Um helicóptero de combate a incêndios da GNR caiu na sexta-feira no rio Douro, na região da Lamego. Seis pessoas seguiam a bordo da aeronave. O único sobrevivente é o piloto, que já foi ouvido. O funeral de quatro das cinco vítimas mortais decorre este domingo.

PAULA LIMA/Lusa

Rita Rogado

João Faiões

João Tuna

Lusa

Os funerais das quatro primeiras vítimas mortais encontradas após a queda de helicóptero no Douro, na sexta-feira, decorrem este domingo à tarde. O corpo do quinto militar só foi encontrado um dia depois. Centenas de pessoas estão nas cerimónias fúnebres, incluindo o Presidente da República, o primeiro-ministro, a ministra da Administração Interna e o presidente da Assembleia da República.

Centenas de pessoas marcam presença, dentro e fora da igreja. Dezenas de elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) também. Junto dos familiares está, desde cedo, o Comandante-geral da GNR, tenente-coronel Rui Ribeiro Veloso.

Enquanto as cerimónias fúnebres das primeiras quatro vítimas mortais se realizam este domingo, em Lamego e Moimenta da Beira, o funeral do militar encontrado no sábado realiza-se na segunda-feira, em Castro Daire.

A Igreja de Santa Cruz, em Lamego, no distrito de Viseu, está lotada, entre familiares e amigos dos dois militares da GNR.

Na cerimónia religiosa, presidida pelo bispo de Lamego, António Couto, marcam também presença diversas entidades civis e militares, assim como representantes de partidos políticos, que se dirigiram de vários pontos do país para prestar homenagem.

Ambiente de tristeza

As vítimas mortais, com idade entre os 29 e os 55 anos, eram todas do distrito de Viseu. Três viviam em Lamego, cidade que vive agora dias de luto.

A tragédia que enlutou a região do Douro transformou as festas de Nossa Sra. do Remédios num ambiente de tristeza. Não há música a tocar e o movimento que habitualmente enche as ruas de Lamego deu lugar a um espaço quase vazio.

A pequena comunidade partilha a dor dos familiares e amigos das vítimas.

Três das cinco vítimas mortais do acidente residiam na cidade de Lamego. Pedro Santos, de 45 anos, era um deles. Mais conhecido por Roncha, além de militar da GNR, treinava as camadas jovens do clube local Cracks de Lamego que, em sinal de respeito, suspendeu todas as atividades desportivas:

Outro filho da terra era Daniel Pereira. Tinha 35 anos e deixou dois filhos menores. Nas horas vagas, o militar das GNR era instrutor neste ginásio de Lamego.

Há ainda mais uma vítima desta cidade, outra de Moimenta da Beira e uma última de Castro Daire.

Marcelo e Montenegro presentes nos funerais das vítimas

O presidente da República estará presente nas cerimónias fúnebres dos cinco militares que morreram na queda de um helicóptero no rio Douro, em Lamego, e salienta a "abnegação e os sacrifícios" daqueles homens.

"Vou e sei que lá estará também o senhor presidente da Assembleia da República e o senhor primeiro-ministro e tentaremos ir, o que não é muito fácil, hoje a todas as cerimónias fúnebres, que são muitas e em locais distantes, e ainda aquela que se realiza amanhã", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Aveiro, à margem do encerramento do Encontro Nacional da Juventude.

O chefe de Estado vai "apresentar às famílias e às comunidades (...) o pesar do povo português que compreende a importância daquele contributo daqueles militares, daqueles servidores de segurança, que estavam em missão, a missão não tinha terminado".

Marcelo Rebelo de Sousa diz não ter ainda falado com as famílias dos cinco militares da GNR que morreram, na sexta-feira, e que deixou esse momento para este domingo:

"Na altura em que fui, fui muito rápido na ida ao ponto de comando porque estavam em curso operações e eu não queria, obviamente, ter qualquer intervenção aí, as famílias ainda não tinham chegado e tinham situações muito diferentes, havia umas que ainda tinham muita esperança e ouras já não tinham esperança".

Em sinal de respeito, a Câmara Municipal de Lamego decretou luto municipal e cancelou o programa das festas deste sábado.

As famílias das vítimas estão a receber apoio psicológico desde sexta-feira.

As causas do acidente ainda não são conhecidas. No sábado, as autoridades recolheram o depoimento do piloto, que tem 44 anos e é natural de Vila Real. Foi o único sobrevivente do acidente.

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