À espreita, na paisagem queimada da Serra de Água, há um novo perigo agora que o fogo está extinto. A questão não é saber se vai acontecer mas sim tentar reduzir o risco de derrocada.
"Desprendimentos de material que se encontra solto nos taludes e irá haver de certeza absoluta [derrocadas]", refere Pedro Fino, secretário Regional das Infraestruturas.
O Laboratório de Engenharia Civil irá avaliar os taludes sobranceiros a estradas, casas e ribeiras e tentar minimizar os impactos da chuva, mas até o presidente da Câmara reconhece que o que ai vêm não é fácil. Não há tempo para grande intervenção nas escarpas e o projeto para reflorestar leva tempo.
"Tem que ser a própria natureza a regenerar", diz Ricardo Nascimento, presidente da Câmara da Ribeira Brava.
Albertina Ferreira é a presidente da Junta de Freguesia da Serra de Água que andou de porta em porta para retirar os mais velhos de casa quando o fogo andou perto e não quer que se repitam os mesmos erros.
"É inadmissível que uma freguesia que dá tanta água a todas as outras, fique sem água para combater o incêndio".
O abastecimento de água foi reposto em quase toda a freguesia, mas a presidente da Junta entende que a questão dos incêndios não deve ficar esquecida e há que pensar em soluções para a floresta como a introdução de gado na serra.
O dia de segunda-feira foi de sol na Serra de Água, mas quem vive aqui sabe que, os dias chuvas, arrastam pedras e terra e trazem perigo.