País

Centro Nacional de Cibersegurança acompanha falha informática global e diz que "não há evidências de ato malicioso"

O Centro Nacional de Cibersegurança informa que está a acompanhar o caso da falha informática global, confirmando que há “no ciberespaço nacional várias organizações afetadas, embora com diferentes graus de impacto”.

DR

Ana Lemos

Lusa

O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) informa, esta sexta-feira, que está a acompanhar o caso da falha informática global que afetou aeroportos, unidades de saúde, escolas, e telecomunicações em todo o mundo.

Por cá, confirma o CNCS, “no ciberespaço nacional várias organizações afetadas, embora com diferentes graus de impacto. Até ao momento não há evidências que indiquem tratar-se de um ato malicioso”.

“O CERT.PT está ativamente a contactar as entidades afetadas, oferecendo o suporte que for considerado necessário, tendo já sido comunicadas medidas de mitigação”, refere em comunicado divulgado no site.

O CERT.PT“é um serviço integrante do CNCS que coordena a resposta a incidentes envolvendo entidades da Administração Pública, operadores de infraestruturas críticas, operadores de serviços essenciais e prestadores de serviços digitais além de todo o ciberespaço nacional, incluindo qualquer dispositivo pertencente a uma rede ou bloco de endereçamento atribuído a um operador de comunicações eletrónicas, instituição, pessoa coletiva ou singular com sede em território Português, ou que esteja fisicamente localizado em território Português”.

Na descrição da “falha crítica” é referido que “foram identificadas falhas críticas associadas à ferramenta Falcon Sensor da Crowdstrike, quando do arranque dos equipamentos, em momento posterior a uma atualização da Crowdstrike”.

Causa identificada e a ser corrigida

A causa da falha nos sistemas da Microsoft que afetou empresas de todo o mundo, incluindo em Portugal, foi identificada e está em vias de ser corrigida, anunciou hoje o grupo norte-americano de cibersegurança Crowdstrike.

"Não se trata de um incidente de segurança ou de um ciberataque. O problema foi identificado, isolado e foi implementada uma correção", disse o chefe da CrowdStrike, George Kurtz, nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.

Kurtz referiu que a CrowdStrike "está a trabalhar ativamente com os clientes afetados por uma falha encontrada numa única atualização de conteúdos para os utilizadores do Windows".

Os sistemas Mac e Linux não foram afetados, disse a empresa num comunicado publicado na Internet.

A atualização continha erros que provocaram uma falha no Azure, a plataforma de computação em nuvem criada pela Microsoft para construir, testar, implementar e gerir aplicações e serviços utilizando uma infraestrutura global, explicaram técnicos à agência espanhola EFE.

A falha levou ao aparecimento de ecrãs azuis ou "ecrãs da morte" em todo o mundo, mostrando que os sistemas tinham deixado de funcionar e que os servidores tinham de ser reiniciados.

As ações do grupo CrowdStrike caíram cerca de 20% antes da abertura da Bolsa de Nova Iorque, enquanto a Microsoft perdeu 3%, segundo a AFP.

Depois de muitas notícias sobre problemas em várias partes do mundo, desde aeroportos australianos, à organização dos Jogos Olímpicos de Paris, foram surgindo informações de que os sistemas estavam a ser recuperados.

O setor dos transportes aéreos foi um dos mais afetados, com atrasos de voos na Austrália, Hong Kong, Índia, Singapura, Quénia, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Áustria, Países Baixos, Hungria, Irlanda, França, Espanha ou Portugal.

A falha informática também afetou os transportes terrestres, como aconteceu com operadores ferroviários do Reino Unido ou táxis na Austrália, segundo uma compilação global da AFP.

Registaram-se igualmente problemas nos transportes marítimos, como no terminal de contentores polaco de Gdansk, que serve o Báltico.

Outros setores afetados foram os dos mercados financeiros e da banca, bem como os operadores de serviços de televisão e dos meios de comunicação social, com interrupções de emissão de canais como a britânica SkyNews ou a francesa TF1.

Últimas