O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que tem uma greve agendada para 2 de agosto, acusa o Ministério da Saúde de fazer chantagem e tábua rasa do que dita a lei.
“O Ministério da Saúde recusa-se a continuar o processo negocial com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses porque o Governo lida muito mal com a greve e, por isso, condiciona o exercício de direito à greve no decurso da própria negociação. Uma coisa intolerável e inadmissível da parte deste Governo, o que nunca aconteceu com governos anteriores. Aliás, é o próprio Ministério da Saúde e o Governo que se colocam no não cumprimento do próprio protocolo”, diz José Carlos Martins do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, garantindo que a greve se vai manter.
Na quarta-feira, a Plataforma Sindical Compromisso Pela Enfermagem, que junta cinco estruturas sindicais e o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos, também estiveram reunidos com a tutela e ficaram indignados com a oferta.
“Nós vamos esquecer que esta reunião existiu porque as propostas que nos foram trazidas não se aproximam minimamente do que era a nossa expectativa. Nós temos a próxima reunião no dia 26, já está agendada, precisávamos e pedimos que nos fosse enviada a proposta antes porque estamos a fechar o Orçamento do Estado e o valor que vai ser destinado à saúde em 2025”, explica Gorete Pimentel do Sindicato Independente de todos os Enfermeiros Unidos.
Sem atualização salarial há mais de uma década, os sindicatos dos enfermeiros revelam que a proposta do governo para o primeiro escalão não terá passado dos 50 euros, quando a classe pede, pelo menos, 400 euros, valor semelhante ao negociado com as forças de segurança e professores.
Apesar da diferença abissal entre as partes, as negociações prosseguem com novo calendário, apenas com os sindicatos com quem não houve atritos. A próxima reunião está agendada para o dia 26 de julho.