O Presidente da República defende que “tudo se deve fazer” para que o Orçamento do Estado de 2025 seja aprovado. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, esta terça-feira, que a necessidade de estabilidade “podia discutir-se" noutra altura, mas não perante a situação mundial. Por isso, vê com “bons olhos” a disponibilidade do PS para dialogar com o Governo.
Dada a atual situação mundial “tão imprevisível”, há necessidade de estabilidade económica, política e financeira. "A aprovação do Orçamento é importante por isso mesmo”, defendeu, esta terça-feira, o Presidente da República, em declarações aos jornalistas, à margem de um evento em Carcavelos.
“Noutra situação diferente, em que não houvesse aquilo que se vive no mundo, podia discutir-se" a necessidade de estabilidade, mas não no momento atual, aponta Marcelo, apresentando motivos como a guerra no Médio Oriente, as eleições norte-americanas e o novo ciclo europeu. “Agora há mais razões do que havia”, frisou.
O chefe de Estado diz, por esta razão, ver com agrado uma “abertura ao diálogo” por parte dos líderes partidários, depois de o PS ter mandatado Pedro Nuno Santos para discutir com o Governo o Orçamento do Estado para 2025. O líder socialista ressalvou, contudo, que a iniciativa terá de partir do primeiro-ministro Luís Montenegro.
Em relação a estas negociações, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que “os líderes partidários é que saberão em que momento e de que forma” deve acontecer esse diálogo, com "contactos, por ventura, discretos”.
“Há tempo, estamos em julho. Temos tempo para falar e criar o ambiente” necessário para a aprovação do Orçamento do Estado, defendeu.
“É muito óbvio para mim que tudo se deve fazer para que o orçamento passe”, frisou o Presidente da República, que referiu pretender também ser um fator contributivo para a estabilidade. “Devem ter notado que, ultimamente, tenho falado muito pouco. Falar pouco ajuda a entendimentos”, atirou.
O chefe de Estado foi ainda questionado sobre o diploma de redução do IRS saído do Parlamento e ao qual ainda não deu “luz verde”. O documento tem como base um texto do PS, que o Governo considera violar a norma-travão.
“Tenciono ter uma decisão na próxima semana”, prometeu o Presidente da República.