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Médicos acusam Governo de não negociar de forma "séria"

A Federação Nacional dos Médicos acusa o Governo de querer pagar as horas extraordinárias ao preço do trabalho normal e pede aos clínicos para não fazerem mais do que as horas estipuladas.

Eduardo Horta

Ana Paula Félix

Depois de ter desmarcado as reuniões agendadas com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), o Governo voltou a marcar nova reunião negocial, mas à distância.

O projeto de diploma que vai ser levado a Conselho de Ministros na próxima quinta-feira não convence a FNAM, que acusa o Governo de querer pagar o trabalho suplementar ao preço do trabalho normal.

A FNAM diz que a proposta é pouco atrativa para os médicos que pretendem trabalhar no SNS e contesta que não seja respeitado o limite anual de 150 horas ou 250 horas extra no caso dos médicos em dedicação plena.

"Isto vai fazer com que os médicos estejam condenados cada vez mais a exaustão, com ainda mais dificuldades em conciliar a sua vida pessoal com a sua vida profissional e provavelmente vai gerar mais caos em termos do serviço de urgência porque com este tipo de diplomas ainda vai fazer com que haja mais dificuldades para completar escalas e o único responsável aqui é o ministério da Saúde de Ana Paula Martins que nada faz para negociar de forma séria com os médicos", explica Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM.

A estrutura sindical garante que disponibilizou à tutela datas para reunir ainda esta semana antes do documento ser levado ao Conselho de Ministros, mas que não obteve qualquer resposta e admite novas greves caso o protocolo negocial não contemple algumas das soluções da FNAM.

Contactado pela SIC, o Ministério da Saúde afirmou que não se irá pronunciar sobre as negociações com a Federação Nacional dos Médicos.

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