Depois de ter sido constituído arguido e interrogado no Brasil, a propósito do caso das gémeas luso-brasileiras, Nuno Rebelo de Sousa escreveu ao Ministério Público, para dar explicações sobre o seu envolvimento no processo que levou ao tratamento das crianças no hospital de Santa Maria.
Na exposição ao Ministério Público, revelada pela revista Sábado, o filho do presidente da República desmente Lacerda Sales e garante que não pediu qualquer tipo de favor ao antigo secretário de Estado da Saúde.
Nuno Rebelo de Sousa confirma o encontro com Lacerda Sales a 7 de novembro, mas garante que o motivo do encontro foi sobre a participação de empresas brasileiras na Web Summit.
Admite que realmente dias depois, numa mensagem de agradecimento, abordou o assunto das gémeas, mas afirma que o fez apenas para perguntar quais os tratamentos disponíveis em Portugal.
O filho do Presidente da República diz que depois disso (cerca de duas semanas depois), foi Lacerda Sales a contactá-lo.
Afirma que nesse contacto o antigo secretário de estado da Saúde lhe disse que alguém do gabinete iria contactar os pais das gémeas luso-brasileiras, que Nuno Rebelo de Sousa diz não conhecer pessoalmente, mas garante que depois desse contacto de Lacerda Sales nunca mais teve qualquer tipo de intervenção no caso.
Na exposição ao Ministério Público, Nuno Rebelo de Sousa também esclarece porque motivo contactou a Presidência da República. Segundo o próprio, os contactos feitos foram na condição de responsável pela Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo e não como filho do Presidente.
Nuno Rebelo de Sousa diz que em momento algum pediu ao pai para interceder junto dos responsáveis da saúde, muito menos para conseguir uma consulta.
Admite que mandou ao pai os documentos do caso das gémeas, mas diz que o fez apenas para saber se o pai conhecia algum especialista na doença ou possibilidade de tratamento.
O filho do presidente foi convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras. Contudo, o advogado já afirmou que Nuno Rebelo de Sousa não vai responder às perguntas dos deputados.