A explicação, em voz alta, das regras faz parte do novo jogo de sedução da escola junto dos alunos do agrupamento de Pinhel.
"Fizemos os projetos em papel e durante o ano organizamo-nos em equipas. (...) No final do segundo período passamos ao terreno, já tínhamos bom tempo, já tínhamos o material todo. Foram três dias e pouco a pintar e a tentar que tudo ficasse perfeitinho. (…) Ficámos muito orgulhosos, acho que correu muito bem", explica Virgínia Lopes, coordenadora de cidadania e desenvolvimento.
Os 28 estudantes de uma turma de 10.º ano foram os obreiros do projeto de cidadania que troca o encanto do telemóvel pelas brincadeiras no recreio. O jogo do Galo, da glória ou do caracol estão entre a meia dúzia de propostas gravadas no chão lúdico do agrupamento escolar.
“Estes jogos são uma grande motivação”, “Quando não temos nada para fazer vimos para aqui e jogamos. É melhor do que estar no telemóvel, talvez”, desabafam dois alunos do agrupamento de escolas de Pinhel.
A ideia de convocar cerca de 700 alunos para os jogos na rua surgiu depois de ser proposto retirar os telemóveis aos alunos do segundo ciclo. Desenhou-se uma alternativa antes de avançar.
"Nós vamos conversar com os pais nas estruturas próprias, no conselho geral onde está o representado a associação de pais e toda a comunidade, e tem de partir deles essa iniciativa porque acho que é uma dificuldade que nós percebemos que todas as escolhas têm, que toda a sociedade tem", conta José Vaz, diretor do agrupamento de escolas de Pinhel.
Os telemóveis "têm a sua função e a sua utilidade dentro de uma escola, não com certeza da maneira que está a ser utilizado (...)", acrescenta Ana Coreano, psicóloga do agrupamento de escolas de Pinhel.
A opção do momento passa por deitar sementes de decisões futuras. O agrupamento apostou as fichas todas neste projeto lúdico com um objetivo maior. Promover a socialização dos alunos e deixar a excessiva dependência do telemóvel a perder.