Lisboa ganha nova vida na época dos Santos Populares. Os bairros enfeitam-se e recuperam tradições. É o caso de Alfama, onde, aos poucos, as ruas vão enchendo, preparando-se para o que há de vir.
Junto ao Largo de São Miguel, em Lisboa, as melodias de uma guitarra fazem-se escutar. Quem a toca é John, que veio da Holanda e por aqui ficou, depois de percorrer metade da Europa. É um dos que há de embalar quem vier mais logo, atrás de uma travessa de sardinhas.
“Sempre fui artista, mas agora tento ganhar a vida a fazer música. Despedi-me do meu emprego. Trabalhava num hospital, fazia trabalho administrativo, e precisava d eme livrar daquela vida muito acelerada, centrada o dinheiro. Por isso, comprei uma caravana e fui, primeiro, para Espanha. Vim para Portugal depois de ter já feito a viagem, porque me apaixonei por Portugal”, conta.
Uns metros mais ao lado, ouve-se Luís São João a carregar barris para os preparativos de mais uma noite de Santos Populares. Já é tradição antiga voltar ao bairro onde sempre trabalhou com a família.
“Agora começa cedo, às 10h da manhã, a preparar as coisas com calma, limpar. A partir das 17h30 é começar a bombar”, diz, apesar de admitir que “já não é a mesma coisa”. "Antigamente era tradição mesmo, agora é mais negócio.”
Ainda assim, Alfama continua a preparar-se para mais uma festa.