Daniela Martins, mãe das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinal que receberam um medicamento de 4 milhões de euros em Portugal, poderia testemunhar à distância, pelo facto de viver no Brasil, mas, se tiver de prestar declarações, prefere contar a sua versão olhos nos olhos.
Wilson Bicalho, advogado da família das gémeas, disse à SIC que Daniela Martins prefere "transmitir aos órgãos oficiais, aos deputados e a toda a população os factos reais, a história narrada do ponto de vista dela."
Por isso, admite vir a Portugal contar a sua versão dos factos, presencialmente, na comissão de inquérito e, se for chamada, na Polícia Judiciária. Daniela Martins garante que vai continuar a colaborar na investigação, mas não vê motivo para que seja constituída arguida.
Meses depois, e com o caso ainda por esclarecer, a família está no Brasil. A casa que têm em Portugal está arrendada. As duas crianças estão a reagir bem ao tratamento.
"Acabaram de fazer a última consulta com a Dra. Teresa Moreno e a Dra. Rosário, online, como foi determinado pela Justiça. Muito a contragosto do que alguns gostariam de ouvir, o medicamento, graças a Deus, tem funcionado muito bem", revelou Wilson Bicalho.
A Polícia Judiciária realizou esta quinta-feira buscas no Ministério da Saúde e no Hospital Santa Maria, em Lisboa, no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras. Ao que a SIC apurou, o antigo secretário de Estado Lacerda Sales foi constituído arguido no início da semana.