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Professores satisfeitos com acordo mas avisam que há mais medidas para negociar

Os professores estão satisfeitos por terem conseguido chegar a acordo com o Governo para a recuperação do tempo de serviço congelado, mas há ainda questões por negociar e que se prendem com docentes que ficam de fora.

Marta Sobral

Ana Veloso

Apesar de terem conquistado uma das principais bandeiras da luta, os professores alertam que ainda há medidas a negociar, nomeadamente sobre os docentes que ficaram fora desta medida. É o caso de José Moura. Foi professor durante 47 anos e reformou-se há pouco mais de meio ano, por isso, fica excluído da nova conquista dos docentes.

"Apesar de tantos anos ao serviço do ensino, e fazer com tanto prazer e com tanto gosto, vimos que nos últimos anos não temos sido reconhecidos pelo trabalho que fazemos. E isso deixa-nos magoados", explica José Moura.

Os professores que se reformaram, e os mais de 10 mil que estão no topo da carreira, ficam de fora da recuperação do tempo de serviço negociada entre o Governo e sete sindicatos. Aos restantes vão ser devolvidos 6 anos, 6 meses e 23 dias.

"Foi um passo em frente, sim. Algo que era reivindicado e que mobilizou os professores (…) em prol daquilo que é um direito ver recuperado um tempo que foi congelado, um tempo em que lecionaram e que tinha sido anulado", afirma a professora Susana Pereira.

Também Francis Jesus, professora no ativo, aredita que a luta foi satisfatória: "Julgo que não haverá muitos professores que não estejam satisfeitos".

A satisfação da comunidade de ensino é geral. Os professores conseguiram chegar a acordo com o Governo naquela que foi a principal bandeira de luta mas, admitem, haver ainda reivindicações para negociar.

"Há muitas outras situações que merecem uma atenção redobrada da parte do Ministério da Educação (...) nomeadamente a escassez de professores, o cansaço desta profissão que se deve muito à burocracia instalada nas escolas e, portanto, merece, também, uma reflexão", explica Susana Pereira.

"Se agora se conseguiu este acordo, num futuro próximo (...) resta a esperança para se conseguir alcançar outras medidas necessárias", acrescenta Francis Jesus

A esperança de que professores, alunos , pais e escola precisavam depois de anos turbulentos.

"Isto gerou muita instabilidade nas escolas públicas portuguesas. Gerou muita luta dos professores, muito desgaste dos professores, que de 15 em 15 dias iam a Lisboa para as manifestações. Foi terrível. E a medida, para mim, é positiva. E até é positiva para combater aquilo que nós temos dito ultimamente que é os nossos jovens poderem seguir a carreira de docentes porque neste momento ninguém quer ser professor. Com esta medida os nossos jovens percebem que os professores finalmente está a ser bem tratados", diz Filinto Lima, presidente da associação nacional de diretores e escolas públicas.

Nota positiva para este acordo entre o Governo e sete sindicatos de professores, que poderá marcar o início de uma nova era na Educação.

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