O perigo de fuga e de continuidade da atividade criminosa pesaram na aplicação da medida mais grave. O arguido ainda foi levado esta quinta-feira ao tribunal da Covilhã para ser ouvido, mas ficou em silêncio. Mesmo assim, o juiz de instrução só hoje tomou a decisão de mandar o suspeito de 36 anos para a cadeia da Covilhã onde vai aguardar julgamento.
Mal saiu da cadeia em liberdade condicional, em setembro do ano passado, o suspeito de 36 anos deixou Lisboa onde cumpriu pena, e a Margem Sul de onde é natural, para se instalar no Fundão. Passou a viver sozinho numa casa numa pequena aldeia do concelho e a trabalhar numa oficina de automóveis às portas da cidade.
A violação de uma mulher de 26 anos a 5 de maio, na Covilhã, ditou o princípio do fim de uma vida aparentemente pacata.
"Essa vítima foi transportada para dois locais distintos onde foi sucessivamente abusada do ponto de vista sexual, com atos, que reputamos, de extrema gravidade", disse José Monteiro, coordenador da PJ da Guarda.
A investigação quebrou um ciclo de terror que já tinha chegado à comunidade estudantil da Universidade da Beira Interior.
"Dos relatos que nos chegaram, sentiam-se mais inseguros, porque andar na rua sozinho começou a ser mais perigoso na nossa cidade. Daí o alerta que foi feito nas redes sociais e a insegurança causada na nossa cidade", explicou João Nunes, presidente da associação académica da Universidade da Beira Interior.
Detido quarta-feira pela PJ da Guarda, o homem já condenado por crimes de mesma natureza em Sintra enfrenta agora a suspeita com fortes indícios de ter violado 3 mulheres entre os 16 e os 40 anos. Admite-se que possa haver mais vítimas a quem a Judiciária pede que tenham coragem e façam denúncia.