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Há mais um nó por desatar no novelo jurídico da Operação Marquês

Uma juíza do Tribunal de Instrução Criminal quer que Ivo Rosa volte a pegar no processo da Operação Marquês. A magistrada entende que tem que ser o colega, agora desembargador, a cumprir uma ordem do Tribunal da Relação.

Luís Garriapa

É mais um nó a juntar aos muitos que fazem da Operação Marquês um emaranhado jurídico. Desta vez está em causa a parte do processo em que o juiz Ivo Rosa mandou julgar José Sócrates e Carlos Santos Silva por seis crimes de branqueamento e falsificação de documentos, com uma narrativa muito diferente da acusação do Ministério Público.

Há pouco menos de dois meses, o Tribunal da Relação anulou essa decisão de Ivo Rosa, por entender que tinha havido uma alteração substancial dos factos, e remeteu o processo para o Tribunal de Instrução Criminal para ser proferida nova decisão instrutória.

A ordem foi parar às mãos da juíza que ocupa agora o lugar de Ivo Rosa, entretanto promovido a juiz desembargador. Mas Sofia Marinho Pires recusa pegar na tarefa:

"A signatária não presidiu ao debate instrutório e não elaborou a decisão instrutória declarada nula. Nesse medida, o Exmo. Sr. Juiz que proferiu a decisão é o juiz natural para prolatar nova decisão."

A juíza manda apresentar os autos a Ivo Rosa, mas o carteiro pode não encontrar o destinatário. Porquê? Apesar de estar colocado desde dezembro no Tribunal da Relação de Lisboa, Ivo Rosa está há meses de baixa médica.

Depois é ainda preciso saber se aceita e se não aceitar como será resolvido o conflito.

Para além deste capítulo ainda falta chegar ao tribunal de julgamento, a maior fatia da acusação do Ministério Público que tinha sido arquivada por Ivo Rosa, mas que em janeiro foi ressuscitada pelo Tribunal da Relação.

Recorde-se que a Operação Marquês começou em 2013, teve acusação em 2017 e, sete anos depois continua a ser um labirinto.

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