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"Neste momento queremos algo digno e algo digno é uma valorização a sério e não migalhas"

À SIC Notícias, Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional garante que as expectativas para a reunião com a ministra da Justiça esta sexta-feira são boas e que só vão aceitar propostas que valorizem o setor.

SIC Notícias

Os guardas prisionais e os oficiais de justiça voltam esta sexta-feira à mesa das negociações com a ministra da Justiça, Rita Júdice, para melhores salários e revisão de carreiras no setor.

Em entrevista à SIC Notícias, Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional garante que as expectativas são boas.

"As nossas expectativas continuam a ser boas, visto que na primeira reunião que tivemos com a senhora ministra, ela disse que queria resolver os nossos problemas e devolver a dignidade ao corpo da guarda prisional", garantiu.

Esta quinta-feira a ministra da Administração Interna apresentou aos sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR uma proposta de atribuição de um subsídio aos elementos das forças de segurança, equivalente ao que já é pago aos inspetores da judiciária. No entanto, os Sindicatos ficaram desiludidos com o valor do subsídio proposto pelo Governo.

Questionado sobre a hipótese das proposta apresentadas ficarem àquem das expectativas, tendo em conta o que aconteceu com os polícias e a GNR, o dirigente garante que “se a senhora ministra, fizer a mesma proposta só vai perder tempo porque nós não aceitamos migalhas”.

"Neste momento queremos algo digno e algo digno é uma valorização a sério e não migalhas", acrescentou.

Sobre os problemas apresentados à ministra da Justiça, Frederico Morais explicaou que apresentaram os problemas do sistema de avaliação e desempenho, porque segundo o dirigente o sistema atual é "uma manta de retalhos de artigos e decretos leis, alguns deles já revogados" e, além disso, propuseram também promoções aos guardas prisionais e falaram do suplemento de missão.

"Até apresentámos à senhora ministra da Justiça o impacto orçamental que as medidas que nós lhe apresentamos irá ter no Governo", disse o dirigente acrescentando "estamos a falar em cerca de 2 milhões de euros ao ano. Ora, isso num orçamento de uma Direção-geral dos serviços e recessão prisional é quase um valor irrisório".

"Só não o fazem porque não querem, porque gastam tanto dinheiro mal gasto na parte da recessão que está na altura também de gastar algum dinheiro com o corpo da guarda prisional", disse.

Segundo Frederico Morais, os guardas prisionais representam a carreira das forças de segurança que "está mais mal tratada em Portugal".

"Há mais de 10 anos que estamos completamente abandonados", afirmou o dirigente.

As reunião desta sexta-feira estão agendadas para a parte da tarde.

A partir das 15:00, a ministra da Justiça recebe o Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), seguindo-se o Sindicato dos Funcionários Judiciais, às 16:15 e uma reunião conjunta com os três sindicatos representativos dos guardas prisionais pelas 17:30: Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional e Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional.

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