O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desvaloriza as críticas de que está a entrar em declínio, após as polémicas declarações sobre as ex-colónias e o atual e anterior primeiro-ministro. Ao jornal Expresso, diz que o "o momento do Presidente não é tema".
É uma resposta direta, dada ao Expresso, às polémicas declarações sobre as reparações financeiras às ex-colónias, num jantar com jornalistas estrangeiros, e os comentários sobre Luís Montenegro e António Costa.
Marcelo Rebelo de Sousa recusa que esteja a passar por um momento especial e garante estar fisicamente apto e intelectualmente capaz.
Segundo uma fonte próxima, citada pelo Expresso, o que o mais o preocupa neste momento é a instabilidade governativa do país. O chefe de Estado teme que o país volte a eleições e que o Chega cresça mais em votos.
Marcelo quer que PSD e PS ganhem tempo para se fortalecerem politicamente. Fala, por isso, na necessidade de negociações para o próximo orçamento do Estado.
Há semana e meia rebentou a bolha para Marcelo, quando, num encontro com jornalistas internacionais, defendeu que Portugal "deve pagar" pelos crimes cometidos durante o período da escravatura e a era colonial. Sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento.
No mesmo jantar-convívio, o chefe de Estado disse que o novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem “comportamentos rurais” e que António Costa era “lento” por ser oriental.
Dias depois, já numa visita oficial a Cabo Verde, disse não se arrepender das declarações: "É uma ideia antiga minha, uma ideia que tem dado fruto ao longo dos últimos 50 anos e que está a dar mais agora”.
O Presidente da República garante não ter dito nada de novo e que está alinhado com o Governo.