O Presidente da República considera que o grande desafio do presente é fazer com que os jovens saibam que devem rejeitar regimes não-democráticos. Numa cerimónia no antigo campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que ali é possível testemunhar “o que não queremos que seja o presente e não queremos que seja o futuro”.
O chefe de Estado esteve, esta quarta-feira, na celebração dos 50 anos da libertação dos presos políticos da antiga colónia penal do Tarrafal, onde foram encarceradas centenas de presos políticos. Portugueses, mas também angolanos, guineenses e cabo-verdianos, notou Marcelo Rebelo de Sousa.
“Aqui sofreram e aqui morreram às mãos do que começou por ser uma ditadura portuguesa para os portugueses e depois foi uma ditadura imperial colonial que reprimiu também os irmãos angolanos, guineenses e cabo-verdianos", lembrou o Presidente português, ao lado dos homólogos de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
O modelo das ditaduras “mais sanguinárias”
Para Marcelo Rebelo de Sousa, o modelo do Tarrafal foi “inspirado nas mais sanguinárias ditaduras europeias da altura”.
“Aqui sabemos o que é a opressão. Aqui podemos testemunhar o que não queremos que seja o presente e não queremos que seja o futuro”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, desejando que não se repita o que foi vivido naquele lugar durante quase quatro décadas.
O Presidente da República considera que “o grande desafio” é fazer com que “os jovens de hoje e os de amanhã” saibam “aquilo que devem rejeitar sempre”.
“Não queremos mais repetir essa experiência, e, por isso, este museu da resistência é um museu vivo”, sublinhou. “Onde houve a morte, queremos a vida.”
“O povo português assume em plenitude a rejeição deste passado e a construção de um futuro diferente”, garantiu o chefe de Estado. “É este o sinal da minha presença, em nome de Portugal.”