Apesar de a conclusão da investigação datar de “novembro de 2023”, só agora o Patriarcado de Lisboa dá conta da conclusão da investigação, conduzida “ao abrigo das normas canónicas em vigor”, à denúncia anónima feita à Comissão Independente, que recaia sobre o padre Mário Rui Leal Pedras.
“(…) 'deve ser tido por inocente de tudo quanto lhe foi imputado e considerado para todos os efeitos como não tendo praticado os factos em causa'. De facto, nada do que foi resultante da averiguação efetuada pode pôr em causa essa inocência”, lê-se no Relatório Final da Investigação Prévia, datado de 23 de novembro de 2023.
A Igreja católica recorda, no comunicado, que “esse reconhecimento de inocência já foi aludido no comunicado de 21 de junho de 2023 sem identificação de nomes, e é reafirmado agora de forma pública e pessoalizada”.
Garantindo que a investigação à denúncia, que recaia sobre o conselheiro espiritual do líder do Chega, “seguiu as normas da Santa Sé perfilhadas pela Conferência Episcopal Portuguesa”, a Igreja reitera que a “prioridade da preocupação pelas vítimas” mas, vinca, procurando “um equilíbrio com a necessidade de não acusar e, muito menos, condenar um inocente”.
Recordando que o padre Mário Rui “sempre declarou a sua inocência”, o Patriarcado de Lisboa lamenta “ter sido ferido na sua honra e reputação, dado que ‘a conclusão a que se chegou foi de que se não logrou apurar nenhum indício, de comportamentos dignos de censura por parte daquele Senhor Padre, nomeadamente os imputados. Daí que o mesmo retomou de imediato a plenitude das suas funções pastorais sendo o processo arquivado'”, conclui o Relatório Final.
Padre chegou a ser afastado
Na sequência desta denúncia anómia, o padre Mário Rui Pedras das Igrejas de São Nicolau e de Santa Maria Madalena chegou a ser afastado pela diocese de Lisboa. Nessa altura, disse estar a ser alvo de uma "calúnia e monstruosa difamação".
Mário Rui Leal Pedras, padre há 41 anos, deixou por uns meses - regressou ao ativo em junho do ano passado - o exercício público do Ministério nas igrejas de São Nicolau e de Santa Maria Madalena, em Lisboa.
Ainda assim, quando do seu afastamento integrou uma lista de quatro sacerdotes afastados pelo Patriarcado, por o seu nome constar da lista entregue pela Comissão Independente que recolheu dados sobre os Abusos Sexuais de crianças na Igreja Católica.